quarta-feira, 1 de junho de 2016

O Judô Brasileiro na Olimpíada



O Judô é um esporte de combate individual que no Brasil tem bom prestígio e popularidade, produzindo bons resultados em nível internacional, é disputado por categorias de acordo com o peso. Os ganhadores das medalhas de ouro e prata são conhecidos após os combates em eliminação simples, seguindo o cruzamento. Duas medalhas de bronze são distribuídas no sistema de repescagem.

O judô foi incluído pela primeira vez, apenas como demonstração, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964. Nos jogos Olimpicos da Cidade do México em 1968 a modalidade não foi incluida, mas retornou quatro anos depois, em 1972, valendo medalhas e sendo disputada até os dias atuais.

O judô é o esporte individual que mais deu medalhas olímpicas para o Brasil. Foram três ouros, três pratas e treze bronzes. Essa vitoriosa história começou nas Olimpíadas de Munique, em 1972, quando o japonês naturalizado brasileiro Chiaki Ishii subiu ao pódio para receber a medalha de bronze na categoria meio-pesado, categoria até 93 kg, escrevendo seu nome na história como o primeiro judoca do país a conquistar uma medalha olímpica. Ele inaugurou a série de 19 medalhas olímpicas que o judô brasileiro faturou até hoje.


Nos Jogos de Los Angeles em 1984, depois de 12 anos, o Brasil voltou a figurar no pódio. E vieram logo três medalhas. A primeira foi a de prata de Douglas Vieira, também no meio pesado, tendo sido a primeira vez em que um brasileiro chegou a uma final olímpica. Walter Carmona, na categoria médio (até 86 kg) e Luíz Onmura, na categoria leve (até 71 kg) faturaram o bronze na mesma edição.

     

As Olimpíadas de Seul em 1988 foram históricas para o judô brasileiro, o paulista Aurélio Miguel conquistou a primeira medalha de ouro do país na modalidade, na categoria meio-pesado. O incrível foi que o brasileiro se tornou campeão olímpico sem ter marcado sequer um ponto durante os Jogos de Seul, em todas as cinco lutas que disputou. Foram duas vitórias por decisão dos juízes e três, incluindo a final, em que os rivais foram penalizados por excessiva passividade.


A edição seguinte das Olimpíadas, em 1992, em Barcelona, as mulheres foram aceitas e começaram a competir. Nessa edição veio a segunda medalha de ouro com Rogério Sampaio no meio leve.


Em Atlanta 1996, Aurélio Miguel faturou sua segunda medalha olímpica, o bronze no meio pesado, enquanto Henrique Guimarães ficou com o bronze no meio leve.


Em Sidney 2000, o Brasil faria duas finais olímpicas e apresentaria um fenômeno ao mundo do judô. Com apenas 18 anos, Tiago Camilo conquistaria a prata entre os leves. Mesma conquista de Carlos Honorato no peso médio.

  

Em Atenas 2004, a categoria leve voltaria a mostrar sua força dentro do Brasil com o bronze de Leandro Guilheiro. Considerado um dos melhores judocas do mundo no ne-waza (luta no chão), Flávio Canto coroaria sua carreira com o bronze do meio médio na Grécia.

  

O judô brasileiro voltaria a fazer história entre as modalidades olímpicas nos Jogos de Pequim em 2008. Com a medalha de bronze na categoria leve, Ketleyn Quadros se tornou a primeira mulher brasileira a chegar ao pódio olímpico em um esporte individual. Além dela, Tiago Camilo e Leandro Guilheiro colocaram seus nomes na história ao se juntarem a Aurélio Miguel como os únicos judocas brasileiros a faturarem duas medalhas olímpicas. Ambos conquistaram a medalha de bronze.


Na edição dos Jogos Olímpicos, em Londres 2012, os judocas brasileiros quebraram mais um recorde. Pela primeira vez, o judô conquistou quatro medalhas numa mesma edição. Mais do que isso, conseguiu o inédito ouro entre as mulheres, com a conquista da piauiense Sarah Menezes no superligeiro. As outras três medalhas foram os bronzes de Mayra Aguiar no meio pesado, Felipe Kitadai no superligeiro e Rafael Silva, o Baby, no pesado.

        

Até 2016, além das 19 medalhas olímpicas, o Brasil possui 38 medalhas em Mundiais Sênior, oito medalhas em Mundiais Sênior Por Equipes, 54 medalhas em Mundiais Júnior e 10 em Mundiais Juvenis. Nos Jogos Pan-americanos, são 97 láureas. E o número segue crescendo nos últimos anos. De acordo com informações da Federação Internacional de Judô, o Brasil é o segundo país que mais ganhou medalhas em eventos do Circuito Mundial desde 2009, atrás apenas dos japoneses.

Por tudo isso, a seleção brasileira de judô conquistou respeito a nível nacional e internacional. O talento natural dos atletas, a estrutura montada pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ) nos últimos anos e os resultados consistentes desde as categorias de base até a equipe olímpica são o cartão de visita da modalidade para adversários, torcedores, imprensa e patrocinadores.

Além dos investimentos em treinamentos e participação em torneios, a CBJ investe numa comissão técnica multidisciplinar para as seleções principais e de base que contam com técnicos para cada um dos naipes, preparadores físicos, fisioterapeutas, psicólogas, nutricionistas, estrategistas, massoterapeutas, dentre outros, pronta para atender a qualquer demanda e garantir a melhor performance.

Outro passo importante para o judô brasileiro foi a abertura do Centro Pan-americano de Judô (CPJ), no município de Lauro de Freitas, na Bahia. Parte da Rede Nacional de Treinamento, é a maior estrutura do tipo voltada totalmente para o judô na América Latina e conta com um ginásio climatizado para 1900 pessoas, alojamento para 72 atletas, um prédio administrativo, quadra poliesportiva, piscina e área de lazer. Todas as seleções passarão pelo local para treinamentos. Também serão realizadas competições nacionais no local.

Para fazer parte da seleção e representar o país nos Jogos Olímpicos, Mundiais, Pan-americanos, Sul-americanos e demais eventos do calendário, há um sistema muito claro, baseado no desempenho individual. O atleta precisa começar disputando o Campeonato Brasileiro de sua região. Se for bem, irá disputar o Campeonato Brasileiro de sua classe de idade. Os campeões das categorias de peso olímpicas dos Brasileiros Sub 21, Sub 23, Sênior e do Troféu Brasil (Aberto) garantem vagas para a Seletiva da seleção principal.


Na Olimpíada Rio 2016, o Brasil contou com grandes nomes no esporte, que deram muito trabalho aos competidores dos outros países, tanto no feminino quanto no masculino. A judoca brasileira Rafaela Silva conquistou, no dia 08/08/2016, medalha de ouro na categoria peso leve (até 57 kg). Foi a primeira medalha de ouro do Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio 2016. Além desta, o judô brasileiro ganhou mais duas medalhas olímpicas neste evento: Mayra Aguiar (peso meio-pesado) ficou com o bronze e Rafael Silva, o Baby, também conquistou bronze (na categoria acima de 100 quilos). O Brasil teve um grande desafio à frente, uma vez que estamos falando de um esporte que conta com grandes nomes por todo o mundo.
Em uma relação geral, o judô feminino está mais bem posicionado que o masculino, o que é algo inédito e nos enche de orgulho, uma vez que essa é a prova que os investimentos da Confederação Brasileira de Judô estão surtindo efeito e elevando o nível de competitividade de todos os atletas de ambos os sexos.