sábado, 19 de novembro de 2016

Judô: E ele continua, não para...



Integralmente copiado de www.cbj.com.br
Ícone do judô brasileiro, Chiaki Ishii volta às competições com ouro no Mundial de Veteranos 2016.

O Brasil conquistou outras sete medalhas no primeiro dia da competição que está sendo realizada em Fort Laurderdale, Estados Unidos.

18 de novembro de 2016, primeiro dia do Mundial de Veteranos Fort Lauderdale 2016 que vai até segunda-feira, já rendeu oito medalhas para o Brasil. O ponto alto da campanha foi, sem dúvida, o ouro de Chiaki Ishii. Ícone do judô brasileiro, o primeiro judoca do país a conquistar medalhas em Mundiais Sênior e em Jogos Olímpicos voltou a ter o prazer dos pódios internacionais nesta sexta-feira, ao ser campeão da categoria meio-pesado, a mesma do Mundial de Ludwigschafen em 1971 e dos Jogos Olímpicos de Munique em 1972, na classe M10, para judocas com idades entre 75 e 79 anos. Para chegar ao título, Ishii fez duas lutas: venceu o americano Robert Byrd por ippon na estreia e depois dominou o combate contra o sérvio Vuk Rasovic, forçando duas punições para o adversário.

“Hoje ao lado de minha amada família, meus alunos e da delegação brasileira, realizei um sonho. Desde a medalha de bronze obtida no Mundial de 1971, eu sonhava conquistar a medalha de ouro. Consegui. Espero que essa medalha, além disso, sirva para inspirar os judocas a não parar nunca. A buscar sempre estudar, treinar e competir Judô. Esse ano treinei arduamente com o apoio de meus alunos para esta competição. Se não tivesse me dedicado tanto, dado tudo de mim em todos os treinos, não teria realizado esse sonho. Pretendo participar do calendário de competições de veteranos todos os anos a partir de agora. E assim ajudar o Brasil a ter o maior Judô de veteranos do mundo. Não descansarei até atingir essa meta. Irei lutar mais uma vez pelo Brasil”, disse Ishii.

Ainda nesta sexta, foram disputadas as classes M6 (55 a 59 anos), M7 (60 a 64 anos), M8 (65 a 69 anos) e M9 (70 a 74 anos). E vieram outras sete medalhas. Pratas para Alberto Carvalho (90kg/M8), Braulio Borges (90kg/M7) e Walter Vieira (100kg/M6); e bronzes com Irahy Tedesco (90kg/M9), Sérgio Honda (60kg/M7), Oswaldo Simões Filho (+100kg/M7) e João Velloza (73kg/M6). José Souza (73kg/M8), Giorgio Buoro (90kg/M8), Benedito de Oliveira (100kg/M6) e Paulo Bartz (+100kg/M6) chegaram às disputas pelo terceiro lugar mas acabaram na quinta colocação.

Neste sábado, serão realizadas as disputas das categorias M1 (atletas de 30 a 34 anos) e M3 (de 40 a 44 anos). No domingo, 20, é a vez das classes M4 (45 a 49 anos) e M5 (50 a 54 anos). Por fim, na segunda, 21, serão definidas as categorias M2 (35 a 39 anos) e todas as divisões do feminino.

domingo, 30 de outubro de 2016

Dia Mundial do Judô



O Judô é uma arte marcial que não foi criada para ser simplesmente uma arte de guerra ou um esporte competitivo. O Judô é baseado também em conceitos e valores morais que não se encontram apenas na teoria, mas que é colocado em prática em cada instante do treino de um judoca dentro do Dojo e também em cada instante da vida do judoca quando fora do Dojo. O judô é mais do que um esporte, é uma ferramenta educacional que pode ajudar as pessoas a viver juntos e respeitar um ao outro.

Hoje, mais de 20 milhões de pessoas praticam judô em todo o mundo. A Federação Internacional de Judô conta com mais de 200 federações nacionais e cinco uniões continentais. Não há um único ponto na terra onde o judô não é praticado.

Desde 2011, a Federação Internacional de Judô dedicou um dia para promover os nossos valores e nosso espírito nesse esporte, escolheu o dia 28 de outubro para ser uma data especial para todas as pessoas que tem alguma relação com as artes marciais. Ela marca as celebrações anuais do Dia Mundial do Judô.

O dia 28 de outubro, foi escolhido por muitas razões e a principal delas é que ele é o aniversário do fundador do Judô: Jigoro Kano.

O Dia Mundial de Judô é a vitrine do esporte, visando promover os valores como foram projetados desde seu início. Os objetivos da Federação são: Promover uma consciência global sobre todos os principais valores da modalidade entre os judocas e seu sistema de ensino a todas as agremiações de judô e judocas, através das Federações membros com a ajuda de modernas ferramentas de comunicação (site da IFJ, redes sociais, etc.); aumentar o número de praticantes em todo o mundo e ajudar a mudar a vida das pessoas com o poder do judô. Com o lançamento deste evento a Federação também quer, eventualmente, chegar mais perto das pessoas que fazem o judô vivo em todo dojo no mundo

Assim, se você representa uma união continental, uma federação, um clube ou se você é um treinador, um educador, um judoca ou um amante do judô. Enfim, se você ou se algum de seus parentes é um fã do judô ou pratica, você pode participar no Dia Mundial do Judô e enfatizar o tema desta sexta edição: "JUDÔ PARA O MUNDO”. Nos anos anteriores, os temas foram União (2015), honra (2014), Perseverança (2013), judô para todos (2012) e respeito (2011).

O Sr. Marius Vizer, presidente da FIJ, disse em 2011 no lançamento do primeiro dia mundial do judô: A Federação Internacional de Judô em suas missões tem o dever de desenvolver o judô em todos os setores, quando o mestre Jigoro Kano criou o judô em 1882 ele queria criar um meio de educação e ele fez isso. Este é o fundamento da nossa disciplina. Hoje em dia, eu quero que nesta dimensão seja mais conhecido por todos os judocas e em geral por todos. A nossa disciplina tem valores que crescem naturalmente no Dojo, particularmente através dos vários exercícios que todos nós aprendemos em nossa agremiação. Estes valores devem, naturalmente, encontrar um eco favorável na vida cotidiana e além disso na sociedade.

O Dia 28 de outubro, dia do aniversário de Jigoro Kano, deve ser um dia anual de consciência sobre o judô e seus valores. Este dia vai ser o único de todos os judocas. Desejo que todos os praticantes, clubes, federações nacionais e uniões continentais se reúnam para destacar a grandeza do judô. Mas esta ação em todo o mundo não se limita apenas a um único dia, agora temos de trabalhar para garantir seu sucesso e conto com todos para serem retransmissores eficazes.

Um site específico, www.worldjudoday.com, foi criado pela Federação Internacional para você ter a oportunidade de interagir com os judocas de todo o mundo, este site é a principal ferramenta de comunicação que se pode usar para promover todas as atividades em todo o mundo. Por favor, envie fotos e comentários sobre o seu próprio evento para compartilhá-lo com toda a comunidade de judô, também é colocado à sua disposição, através da página www.worldjudoday.com/en/WJD-Graphics-61.html, um kit de comunicação (comunicados de imprensa, cartazes, banners, folhetos) para que você possa usar livremente para promover seu próprio evento.

O Dia Mundial do judô, será uma grande oportunidade para desenvolver atividades em cada agremiação de judo, sem qualquer tipo de discriminação. Será também uma oportunidade fantástica para mostrar ao mundo que o judo não é simplesmente um esporte, mas uma atividade educativa excepcional

quarta-feira, 1 de junho de 2016

O Judô Brasileiro na Olimpíada



O Judô é um esporte de combate individual que no Brasil tem bom prestígio e popularidade, produzindo bons resultados em nível internacional, é disputado por categorias de acordo com o peso. Os ganhadores das medalhas de ouro e prata são conhecidos após os combates em eliminação simples, seguindo o cruzamento. Duas medalhas de bronze são distribuídas no sistema de repescagem.

O judô foi incluído pela primeira vez, apenas como demonstração, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964. Nos jogos Olimpicos da Cidade do México em 1968 a modalidade não foi incluida, mas retornou quatro anos depois, em 1972, valendo medalhas e sendo disputada até os dias atuais.

O judô é o esporte individual que mais deu medalhas olímpicas para o Brasil. Foram três ouros, três pratas e treze bronzes. Essa vitoriosa história começou nas Olimpíadas de Munique, em 1972, quando o japonês naturalizado brasileiro Chiaki Ishii subiu ao pódio para receber a medalha de bronze na categoria meio-pesado, categoria até 93 kg, escrevendo seu nome na história como o primeiro judoca do país a conquistar uma medalha olímpica. Ele inaugurou a série de 19 medalhas olímpicas que o judô brasileiro faturou até hoje.


Nos Jogos de Los Angeles em 1984, depois de 12 anos, o Brasil voltou a figurar no pódio. E vieram logo três medalhas. A primeira foi a de prata de Douglas Vieira, também no meio pesado, tendo sido a primeira vez em que um brasileiro chegou a uma final olímpica. Walter Carmona, na categoria médio (até 86 kg) e Luíz Onmura, na categoria leve (até 71 kg) faturaram o bronze na mesma edição.

     

As Olimpíadas de Seul em 1988 foram históricas para o judô brasileiro, o paulista Aurélio Miguel conquistou a primeira medalha de ouro do país na modalidade, na categoria meio-pesado. O incrível foi que o brasileiro se tornou campeão olímpico sem ter marcado sequer um ponto durante os Jogos de Seul, em todas as cinco lutas que disputou. Foram duas vitórias por decisão dos juízes e três, incluindo a final, em que os rivais foram penalizados por excessiva passividade.


A edição seguinte das Olimpíadas, em 1992, em Barcelona, as mulheres foram aceitas e começaram a competir. Nessa edição veio a segunda medalha de ouro com Rogério Sampaio no meio leve.


Em Atlanta 1996, Aurélio Miguel faturou sua segunda medalha olímpica, o bronze no meio pesado, enquanto Henrique Guimarães ficou com o bronze no meio leve.


Em Sidney 2000, o Brasil faria duas finais olímpicas e apresentaria um fenômeno ao mundo do judô. Com apenas 18 anos, Tiago Camilo conquistaria a prata entre os leves. Mesma conquista de Carlos Honorato no peso médio.

  

Em Atenas 2004, a categoria leve voltaria a mostrar sua força dentro do Brasil com o bronze de Leandro Guilheiro. Considerado um dos melhores judocas do mundo no ne-waza (luta no chão), Flávio Canto coroaria sua carreira com o bronze do meio médio na Grécia.

  

O judô brasileiro voltaria a fazer história entre as modalidades olímpicas nos Jogos de Pequim em 2008. Com a medalha de bronze na categoria leve, Ketleyn Quadros se tornou a primeira mulher brasileira a chegar ao pódio olímpico em um esporte individual. Além dela, Tiago Camilo e Leandro Guilheiro colocaram seus nomes na história ao se juntarem a Aurélio Miguel como os únicos judocas brasileiros a faturarem duas medalhas olímpicas. Ambos conquistaram a medalha de bronze.


Na edição dos Jogos Olímpicos, em Londres 2012, os judocas brasileiros quebraram mais um recorde. Pela primeira vez, o judô conquistou quatro medalhas numa mesma edição. Mais do que isso, conseguiu o inédito ouro entre as mulheres, com a conquista da piauiense Sarah Menezes no superligeiro. As outras três medalhas foram os bronzes de Mayra Aguiar no meio pesado, Felipe Kitadai no superligeiro e Rafael Silva, o Baby, no pesado.

        

Até 2016, além das 19 medalhas olímpicas, o Brasil possui 38 medalhas em Mundiais Sênior, oito medalhas em Mundiais Sênior Por Equipes, 54 medalhas em Mundiais Júnior e 10 em Mundiais Juvenis. Nos Jogos Pan-americanos, são 97 láureas. E o número segue crescendo nos últimos anos. De acordo com informações da Federação Internacional de Judô, o Brasil é o segundo país que mais ganhou medalhas em eventos do Circuito Mundial desde 2009, atrás apenas dos japoneses.

Por tudo isso, a seleção brasileira de judô conquistou respeito a nível nacional e internacional. O talento natural dos atletas, a estrutura montada pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ) nos últimos anos e os resultados consistentes desde as categorias de base até a equipe olímpica são o cartão de visita da modalidade para adversários, torcedores, imprensa e patrocinadores.

Além dos investimentos em treinamentos e participação em torneios, a CBJ investe numa comissão técnica multidisciplinar para as seleções principais e de base que contam com técnicos para cada um dos naipes, preparadores físicos, fisioterapeutas, psicólogas, nutricionistas, estrategistas, massoterapeutas, dentre outros, pronta para atender a qualquer demanda e garantir a melhor performance.

Outro passo importante para o judô brasileiro foi a abertura do Centro Pan-americano de Judô (CPJ), no município de Lauro de Freitas, na Bahia. Parte da Rede Nacional de Treinamento, é a maior estrutura do tipo voltada totalmente para o judô na América Latina e conta com um ginásio climatizado para 1900 pessoas, alojamento para 72 atletas, um prédio administrativo, quadra poliesportiva, piscina e área de lazer. Todas as seleções passarão pelo local para treinamentos. Também serão realizadas competições nacionais no local.

Para fazer parte da seleção e representar o país nos Jogos Olímpicos, Mundiais, Pan-americanos, Sul-americanos e demais eventos do calendário, há um sistema muito claro, baseado no desempenho individual. O atleta precisa começar disputando o Campeonato Brasileiro de sua região. Se for bem, irá disputar o Campeonato Brasileiro de sua classe de idade. Os campeões das categorias de peso olímpicas dos Brasileiros Sub 21, Sub 23, Sênior e do Troféu Brasil (Aberto) garantem vagas para a Seletiva da seleção principal.


Na Olimpíada Rio 2016, o Brasil contou com grandes nomes no esporte, que deram muito trabalho aos competidores dos outros países, tanto no feminino quanto no masculino. A judoca brasileira Rafaela Silva conquistou, no dia 08/08/2016, medalha de ouro na categoria peso leve (até 57 kg). Foi a primeira medalha de ouro do Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio 2016. Além desta, o judô brasileiro ganhou mais duas medalhas olímpicas neste evento: Mayra Aguiar (peso meio-pesado) ficou com o bronze e Rafael Silva, o Baby, também conquistou bronze (na categoria acima de 100 quilos). O Brasil teve um grande desafio à frente, uma vez que estamos falando de um esporte que conta com grandes nomes por todo o mundo.
Em uma relação geral, o judô feminino está mais bem posicionado que o masculino, o que é algo inédito e nos enche de orgulho, uma vez que essa é a prova que os investimentos da Confederação Brasileira de Judô estão surtindo efeito e elevando o nível de competitividade de todos os atletas de ambos os sexos.

domingo, 29 de maio de 2016

O Judô Brasileiro na Paralimpíada




As primeiras competições esportivas para deficientes físicos foram promovidas pelo médico Ludwig Guttmann, em 1948, na cidade de stoke Mandeville, com o propósito de reabilitar militares atingidos nos combates da segunda Guerra Mundial.

Este movimento evoluiu e, em 1960, foram organizados aqueles que foram considerados os primeiros Jogos Paralímpicos oficiais, ocorridos simultaneamente aos XVII Jogos olímpicos de Roma.

Somente depois, em 1988, com a realização dos Jogos de Seul, na Coreia do sul, por força de um acordo de cooperação assinado entre o COI e o IPC, os Jogos começaram a acontecer no mesmo local, num paralelo com as iniciativas esboçadas em Roma, em 1960. A palavra ‘paralímpico’ deriva da junção da preposição grega ‘para’ (ao lado) e da palavra olímpico. significa que os Jogos Paralímpicos são realizados paralelamente aos Olímpicos e ilustra o modo como os dois movimentos coexistem lado a lado.
Por muitos anos, foi corrente no Brasil o uso do termo "paraolímpico". Mas, desde 2012, a pedido do IPC, o termo ‘paraolímpico’ deixou de ser usado. o Brasil era o único país de língua portuguesa que utilizava esta grafia. Por essa razão, foi feito um ajuste e abolido o uso do termo ‘paraolímpico’. A grafia correta agora é ‘paralímpico’, sem a letra ‘o’.



O Judô é a única modalidade de origem asiática inserida no programa paralímpico, Este esporte é praticado por atletas com alguma deficiência visual desde a década de 70 e estreou em Jogos Paralímpicos na edição de Seul, em 1988, apenas com as disputas no masculino. As mulheres só entraram nos tatames a partir dos Jogos de Atenas, em 2004.

No Brasil, a entidade que comanda a modalidade é a Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) e, no âmbito mundial, o judô é administrado pela Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA, na sigla em inglês), fundada em Paris, em 1981.

Há poucas adaptações no judô paralímpico em relação ao convencional. Os atletas começam a luta já segurando o quimono do adversário, posicionados assim pelo árbitro, que conduz a luta para que o contato seja permanente. Ao aplicar uma punição, o árbitro também avisa a qual judoca está se referindo. Os atletas não são punidos por sair da área de luta.

Desde o início, o Brasil revelou ter grande força na modalidade. As primeiras medalhas do judô paralímpico brasileiro vieram justamente na estreia da modalidade nos Jogos de Seul, em 1988. Cinco judocas representaram o Brasil na Coréia do Sul e voltaram de lá com três bronzes, conquistados por Jaime de Oliveira (60 kg), Júlio Silva (65 kg) e Leonel Cunha (Leonel Cunha Moraes Filho) (+95 kg).

Em Atlanta, em 1996, foi a primeira vez que o país chegou no topo do pódio com Antônio Tenório que faturou o ouro na categoria até 86 kg.

Em Sidney, em 2000, O judoca repetiu o feito, novamente medalha de ouro, agora no peso até 90 kg.


Em atenas, em 2004, no feminino, as primeiras medalhas brasileiras vieram também no ano em que a categoria foi integrada ao programa paralímpico. Karla Ferreira Cardoso (48 kg) e Daniele Bernardes da Silva (57 kg) conquistaram uma prata e um bronze, respectivamente e Antonio Tenório novamente alcança o ouro, no peso até 100 kg enquanto Eduardo Paes Barreto Amaral, até 73 kg, recebe uma medalha de prata.

  

Em Pequim, em 2008, novamente Antonio Tenório ganha a medalha de ouro, Karla Ferreira Cardoso e Deanne Almeida recebem prata enquanto Daniela Bernardes da Silva e Michele Ferreira, medalhas de bronze.

  

Na edição dos Jogos Olímpicos, em Londres 2012, no feminino, o Brasil conquistou uma medalha prata com Lúcia da Silva (Lucia da Silva Teixeira Araujo) (57kg) e duas medalhas de bronze, com Daniele Bernardes Milan (ex Daniele Bernardes da Silva) (63 kg) e Michele Ferreira (52 kg). Enquanto no masculino, Antonio Tenório conseguiu, a sua quinta medalha, uma medalha de bronze.


Na Palimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, na sexta-feira, dia 9, Lucia Teixeira foi vice-campeã, na categoria até 57kg, repetindo o feito de 2012 quando recebeu medalha de prata.
  

No dia seguinte, sábado, a brasileira Alana Martins Maldonado na decisão da categoria até 70kg, mesmo com a torcida a seu favor na Arena Carioca 3, não conseguiu superar sua adversária mexicana e ficou com a medalha de prata. Na categoria até 100kg do masculino, o veterano Antônio Tenório, de 45 anos, aumentou ainda mais sua história no paradesporto brasileiro. Principal nome do judô do país, o experiente lutador conquistou sua sexta medalha nos Jogos, a primeira de prata, após ser derrotado por ippon pelo sul-coreano Gwangeeun Choi. Na categoria acima de 100kg, Wilians Araújo, de 24 anos, sofreu uma derrota relâmpago para Adiljan Tuledibaev, do Uzbequistão. Com apenas dois segundos de combate, o uzbeque, atual campeão mundial e asiático, conseguiu um ippon e conquistou seu primeiro ouro nos Jogos.
Com as conquistas de Lúcia, Alana, Tenório e Wilians, o Brasil chegou à sua quarta medalha de prata no Rio 2016.
Antonio Tenório, atualmente é o maior expoente do judô paralímpico nacional, além de uma medalha de prata e uma de bronze, conquistou as quatro medalhas de ouro que o país tem nessa modalidade, em Paralimpíadas .

No judô Paralímpico, o Brasil acumula, no total, 22 medalhas nos Jogos, sendo quatro de ouro, nove de prata e nove de bronze.

Classificação e forma de disputa
No judô paralímpico as disputas são divididas por categorias de peso, da mesma forma que acontece no judô olímpico. A diferença é que, além da divisão por peso, há também uma classificação por grau de deficiência visual no judô paralímpico. Tanto no masculino, quanto no feminino, são três as classificações e todas começam com a letra B (de Blind, que é “cego” em inglês). Outra peculiaridade é que no judô paralímpico os atletas já iniciam a luta em contato com o quimono do oponente.

B1 – Cego total: de nenhuma percepção em ambos os olhos até a percepção de luz com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direção.
B2 – Lutadores que têm a percepção de vultos, com capacidade em reconhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 ou campo visual inferior a cinco graus.
B3 – Lutadores conseguem definir imagens. Acuidade visual de 2/60 a 6/60 ou campo visual entre cinco e 20 graus.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Dopping no Judô - Vale a Pena?




É com muita tristeza que vemos no nosso dia a dia, jovens utilizando de forma nociva o uso de doping e participando de competições estaduais, tirando de forma traiçoeira a possibilidade de atletas conseguirem resultados que os levem a uma disputa de um Campeonato Brasileiro e a competições internacionais, é extremamente incompreensiva a passividade dos treinadores que pela busca de resultados, passam a ser coniventes com o doping ficando alienados e não se preocupando com a mudança física, psicológica e intelectual do atleta.

É sabido que para ser um bom atleta, é exigida muita dedicação, disciplina e responsabilidade. Levar o esporte a sério traz resultados positivos para quem almeja a vitória. Em contrapartida, atletas buscam “remedinhos milagrosos” para se manterem de pé, com o físico sempre preparado para um grande desafio, mas esquecem dos efeitos colaterais que esses remédios podem trazer.

O uso de medicamentos por alguns atletas, além de trazerem riscos à saúde, é antiético, pois nesse caso, não há igualdade de condições entre os atletas.

O uso ilícito de substâncias, medicamentos e hormônios, como artifício para ganhar competições esportivas é muito antigo. Já nos Jogos Olímpicos da Grécia, cerca de três séculos antes de Cristo, havia uma regulamentação para evitar que os competidores tivessem o baço arrancado. Acreditava-se que com o esforço físico dos maratonistas, este órgão poderia endurecer e prejudicar o resultado. Os antigos jogos olímpicos foram extintos no quarto século da Era Cristã, devido à influência de políticos e ricos egoístas que introduziram a corrupção, até que o imperador Teodósio os abolisse.

O doping é o uso ou a administração ilícita de qualquer droga ou medicamento estimulante ou estupefaciente com vistas a suprimir temporariamente a fadiga, aumentar ou diminuir a velocidade, melhorar ou piorar o desempenho dos atletas durante uma competição.

Ao longo dos anos, esse tipo de artimanha tem se sofisticado. Ao mesmo tempo em que as substâncias e os fármacos são aprimorados para passarem despercebidos nos exames de urina e de sangue feitos nos atletas, os próprios métodos de detecção também se sofisticam.

Assim, é difícil haver dúvida nos resultados, ainda que algumas substâncias sejam parecidas com as produzidas pelo corpo humano. "As mulheres, por exemplo, também produzem hormônios masculinos, porém, em pequenas quantidades. Quando elas usam esteróides para aumentar a força muscular, os exames detectam a quantidade de hormônio artificial no corpo, porque a excreção na urina é diferente da natural".

Os exames antidoping são caros e proporcionam facilidade de falsificação, além de exigirem laboratórios muito bem equipados, com tecnologia de ponta e de elevada especificidade.

Os hormônios que provocam o crescimento humano, a inseminação artificial seguida de aborto e a substituição da urina fazem parte do esquema de alguns atletas para driblarem os testes e melhorar seu desempenho nos jogos. Algumas são inseminadas artificialmente antes de abortarem dois ou três meses depois, para tirarem proveito de um perceptível aumento de hormônios.

O que complica para determinar se um atleta usou ou não doping, é que muitos trocam a urina a ser examinada pela de outra pessoa, sem resquícios dos medicamentos ou drogas. Por isso, os comitês esportivos internacionais agora também pedem DNA da urina, quando necessário.

Outros introduzem em si próprios por cateter a urina isenta de drogas de outrem. Após uma lavagem para retirar o máximo de sua própria urina dopada. A urina "pura" é bombeada para a bexiga antes da competição, de modo que o atleta consiga passar a salvo pelo teste de drogas.

O doping sanguíneo é um processo pelo qual o atleta retira parte dos glóbulos vermelhos, os quais o corpo substitui naturalmente e, então, antes da competição, ele repõe o sangue retirado para proporcionar aos músculos uma dose extra de oxigênio.

Para o doping não deixar traços, muitos atletas deixam de usar as drogas no período de competição, mas já foram "beneficiados" por seus efeitos. "Agora alguns campeonatos começam a realizar os testes ainda no período de treinamento para evitar isso".

A dificuldade em combater o doping se dá também porque praticamente todas as substâncias utilizadas são de uso médico, vendidas com receitas controladas. "Um paciente com câncer, por exemplo, usa hormônios para recuperar a força muscular". Isso significa que por trás do doping, há sempre alguém que está descumprindo a lei e vendendo esses medicamentos sem o controle médico devido.

A pioneira nas punições por uso de doping foi a Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF). Em 1928 a Associação baniu os primeiros atletas por doping.

A comissão médica do comitê olímpico internacional instituiu durante os jogos olímpicos do México (1968) a aplicação de testes anti-doping sistemáticos, decidindo que seriam excluídos dos jogos os atletas comprovadamente dopados.

Em Caracas, na Venezuela, em 1983, 15 atletas foram impedidos de participar devido aos esteróides.

A Olimpíada de 1984 é a dos vexames, pela cassação das medalhas.

No torneio de pista de campo Classe Mundial, em Zurique, na Suiça, em 1987, metade dos 28 atletas escalados para participar nas competições de força, lançamento de peso, de martelo, de dardo e disco faltaram, após tomarem conhecimento da realização obrigatória dos testes para esteróides.

Na olimpiada de 1988 foram descobertos precisamente 10 casos de doping.

Mais de 20 jogadores de futebol americano de diversas temporadas foram impedidos de jogar: 75% a 90% de todos os atletas usavam esteróides. É uma proporção epidêmica.

Em 1999 foi fundada a World Anti-Doping Agency (WADA), para o combate da prática do doping pelos atletas. Essa Agência Mundial criou um código mundial anti-doping (CMAD), que é utilizado pela maioria das Federações Internacionais e pelo Comitê Olímpico Internacional.


Atualmente, existe uma lista de medicamentos proibidos. Essas drogas são agrupadas nas seguintes classes:
Estimulantes – agem direto sobre o sistema nervoso central, fazendo o mesmo efeito da adrenalina. As substâncias são: pseudoefedrina, efedrina, anfetamina, cocaína e cafeína.
Analgésicos Narcóticos - atuam no sistema nervoso central, diminuindo a sensação de dor. As substâncias são: morfina, codeína, propoxifeno, petidina.
Agentes anabólicos – agem aumentando o tamanho dos músculos.
Diuréticos – atua aumentando a produção e a excreção, causando a perda de peso. São usados também para o mascaramento de doping. As substâncias são: triantereno, hidroclorotiazínicos, furosemide.
Betabloqueadores - agem diminuindo a pressão arterial e ajudam a manter estáveis as mãos do atleta. É usado em competições como o tiro. As substâncias são: propranolol e atenol.
Hormônios peptídeos e análogos - aumentam o volume e a potência dos músculos. As substâncias são: Hormônio do crescimento, eritropoetina, corticotropina.

Essas substâncias são consideradas dopantes, de forma qualitativa e não quantitativa, ou seja, não se considera a quantidade, mas sim o que aparece, mesmo porque os métodos laboratoriais de detecção não chegam a um resultado 100% conclusivo para se determinar a razão do uso do medicamento-tratamento ou dopagem.

Dentre os variados sintomas estão: a elevação da pressão arterial, a freqüência cardíaca e o medo do atleta diminuem, e há a aceleração do metabolismo das células. Efeitos colaterais não faltam: tonturas, dores de cabeça, insônia, mal estar, cansaço fácil e, principalmente a dependência da droga, que quase sempre evolui para drogas mais potentes e mais perigosas. Muitas vezes, os efeitos são mais psicológicos do que fisiológicos.


Entretanto, os atletas no desespero de melhora rápida da massa e da força, e na incessante luta por melhorar seus recordes, acabam por usar doses elevadas, algumas vezes com exagero sem sentido. Em certos casos, as doses são tão altas que os músculos acabam ficando refratários a qualquer hipertrofia.

O Controle Antidoping é feito da seguinte forma, o atleta pode ser chamado para o controle em qualquer momento e também qualquer lugar, tanto antes como depois da competição.

O atleta é informado por uma equipe, que passará pelo exame, e pode se hidratar e descansar dentro de um posto da estação de Controle de Doping.

Então o atleta se identifica, e escolhe qual embalagem irá coletar a urina, selecionada a embalagem o atleta é acompanhado por um oficial da equipe de controle de doping, do mesmo sexo, lava as mãos e realiza o exame com a presença do oficial.

Depois volta, até a sala de processamento e escolhe outros potes, o atleta divide a urina em dois potes, o pote A contendo 2/3 de urina e pote B contendo 1/3 de urina, o atleta fecha os potes e termina a sua participação no exame.

Os potes são organizados em uma caixa de isopor para serem enviados para o laboratório, o atleta verifica junto com o fiscal o formulário e assina.

Os Métodos de Identificação são:
Cromatografia - é uma técnica quantitativa que tem por finalidade geral a identificação de substâncias, a separação e a purificação de misturas.
Cromatografia gasosa - é um tipo comum de cromatografia usada em química orgânica para separação de compostos que podem ser vaporizados sem decomposição.
Espectrometria de massa - é um método para identificar as diferentes moléculas que compõem uma substância.
Gravimetria - consiste na análise quantitativa que permite saber a quantidade de uma substância em determinada mistura.

Como o doping é mais comum em competições importantes, geralmente internacionais, os envolvidos são esportistas de muita experiência. "Dificilmente um atleta desse nível profissional não sabe que as substâncias são ilícitas, especialmente porque a maioria delas é injetável e é preciso a concordância dele para a aplicação. Por isso, não se pode culpar somente os treinadores".

Analisando criteriosamente os mais recentes casos de doping envolvendo atletas brasileiros de alto rendimento, a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBME) vem a público externar a sua preocupação e reiterar algumas recomendações:
1 - O atleta de alto rendimento, que está sujeito a controle anti-doping durante competições ou a controle anti-doping fora de competição, deve manter sempre o máximo cuidado em relação às substâncias que ingere, pois será responsabilizado pelas que porventura venham a ser detectadas;
2 - Diversos medicamentos habitualmente utilizados para o tratamento das mais diferentes condições clínicas fazem parte da Lista de Substâncias Proibidas da Agência Mundial Anti-Doping;
3 - O médico especialista em Medicina do Exercício e do Esporte é o profissional mais indicado para orientar o atleta de alto rendimento, para evitar a ingestão involuntária de alguma substância proibida;
4 - O atleta de alto rendimento, desde que bem orientado e assessorado pelo seu treinador, pelo seu nutricionista, pelo seu fisioterapeuta e pelo especialista em Medicina do Exercício e do Esporte, entre outros profissionais que compõem a equipe multidisciplinar, não necessita de substâncias ilícitas ou outros subterfúgios obscuros para atingir o seu limite geneticamente estabelecido, em termos de desempenho;
5 - A promoção e a preservação da saúde na prática do exercício ou do esporte; e o conceito de “jogo limpo” são princípios incondicionalmente defendidos pela SBME.

Com todas essas informações, já podemos chegar à conclusão que remédio algum faz você chegar ao topo da competição, pelo contrário, o rumo ao título estará cada vez mais distante e a sua derrota estará cada vez mais perto. E vocês o que acham do doping, será que uma alimentação saudável, uma boa preparação física e um acompanhamento nutricional já não resolveriam?

Judô: Entenda o Combate


Esta postagem é um breve guia introdutório para tornar fácil a compreensão de torneios de judô e é dirigida aos iniciantes, pais e espectadores em geral.


Numa competição deve haver um ou dois placares para mostrar o ponto imediatamente, isto é necessário para auxiliar e orientar os mesários, o árbitro e os espectadores.
Apesar de haver placares modernos, eletrônicos ou não, que mostram a duração do combate, nome dos competidores e outras informações.
Na realidade, basicamente o placar deve registrar para cada competidor a quantidade de Waza-aris, de Yukos e de Shidôs. A quantidade de Ippons não é necessária pois só pode haver um Ippon e se ele ocorrer o combate termina.

A marcação da pontuação é feita de forma que se possa verificar o ganhador pela marcação de valor mais alto. Porque em Judô é sempre a pontuação mais alta que ganha, a pontuação é feita de tal forma que deve ser lida da esquerda para a direita como um número, onde a primeira casa marca o Waza-ari sendo representado como dezena e a segunda casa marca os Yukos que representam as unidades, neste momento a quantidade de Shidôs não importa, só terá importância no caso de valores iguais (empate), quando a menor quantidade de Shidôs decide o vencedor.
Na imagem acima, o placar nos mostra para os competidores "Azul" e "Branco" a quantidade de "W" (Waza-ari), de "Y" (Yuko) e de "S" (Shidô), e como exemplo, mostra a vitória do competidor azul por 10 a 1.

Em uma competição oficial de judô (Shiai) são atribuídas aos competidores cores diferentes de kimono (Judogui), a cor que ele veste é definida por sua posição na classificação da competição, que pode mudar a cada rodada, cor azul para o primeiro competidor e para o segundo competidor branco ou cru. Normalmente, é obrigatório que o competidor disponha de Kimonos nas duas cores, um Judogui reserva deve ser levado pelos treinadores para junto da área de competição. Em competições não oficiais quando os competidores estiverem com a mesma cor de kimono e de faixa (Obi) é atribuída a um deles uma faixa de cor diferente (faixa diacrítica) para ser usada além da sua, tornando-os diferente e facilitando o árbitro durante o combate.

Os competidores se dirigirão pelas laterais, ao centro da área de combate, permanecendo na zona se segurança, em seus respectivos lugares, segundo a ordem de chamada, o primeiro chamado ficará à direita do árbitro central, quando avançarão até as suas marcas de início de combate, essas marcas deverão estar a cerca de 4 metros uma da outra, onde devem fazer a saudação, simultaneamente, entre si, dar um passo à frente, com o pé esquerdo. Quando o árbitro anunciará o início do combate (Hajime). O combate começará sempre na posição de pé.

Na competição de Judô o objetivo máximo é projetar o adversário, de modo que ele caia batendo com as costas no chão, marcando um Ippon (um ponto). Uma vez que tal pontuação é obtida, o árbitro levanta o braço com a mão espalmada para a frente e anunciará "Ippon, Soremade!" e a competição termina.

sinalização de Ippon.

Um Ippon pode ser marcado por uma das seguintes formas:
A execução de uma técnica de projeção hábil que resulte num golpe perfeito. Com o oponente sendo projetado ao solo e tocando com grande parte de suas costas o tatame, com uma força ou velocidade considerável ou a Imobilização do oponente (Osaekomi), no inicio da imobilização o árbitro apontará com o seu braço estendido, palma da mão virada para baixo, de frente para os competidores e inclinando o corpo para a frente na direção deles fazendo com que comece a contagem de tempo. Se a imobilização durar 20 segundos, será declarado Ippon.

sinalização de Osaekomi

Ou ainda, aplicando uma chave de braço ou um estrangulamento eficaz, geralmente isto não se aplica para crianças de idade inferior a 15 anos.
É também declarado Ippon se houver desistência durante o combate por um dos competidores, batendo duas ou mais vezes com a mão ou pé ou disser "maitta" (desisto), ou houver a desclassificação por violar as regras (Hansoku-make), essa desclassificação ocorre quando há uma violação muito séria ou por quatro violações mais leves, chamadas Shidôs.

Como nem sempre se consegue executar uma técnica perfeita, foram criadas pontuações de menor valor, mas de igual importância numa luta: o Waza-ari e o Yuko.

O Waza-ari (meio ponto), pode ser obtido pela execução de uma técnica de projeção que não é um golpe perfeito, como por exemplo: as costas do oponente toca parcialmente o tatame, com menos força ou velocidade do que o necessário. Ocorrendo, o árbitro levantará um braço com a palma da mão virada para baixo lateralmente, à altura dos ombros, anunciará "Wazari!" e o combate continua. O Waza-ari é cumulativo e se durante o combate, um competidor ganhar dois Waza-aris (dois meio-pontos), o segundo recebe o nome de Wazari-Awasete-Ippon, o árbitro primeiro faz o gesto de Wazari e em seguida o de Ippon e a competição termina.
                              
                sinalização de Waza-ari          sinalização de Wazari-Awasete-Ippon

Esse meio-ponto também pode ser conseguido pela imobilização do oponente de 15 a menos de 20 segundos o que corresponde a um Wazari.

O Yuko é atualmente a menor pontuação do judô, o Yuko não é cumulativo e pode ser obtido pela execução de uma técnica em que o resultado não satisfez os requisitos para ser um Waza-ari, por exemplo: o oponente não toca o tatame com as costas, caindo sentado ou de lado ou pela imobilização do oponente (Osaekomi) de 10 a menos 15 segundos. O árbitro anunciará "Yuko" levantando um dos braços, com a palma da mão virada para baixo, a 45º ao lado do corpo.


sinalização de Yuko

Aqui é necessária uma pequena explicação, a imobilização (Osaekomi) só se inicia, isto é o árbitro só anuncia e começa a contagem de tempo, quando um dos competidores estiver imobilizado e estiver com as suas costas, os dois ombros ou um ombro em contato com o tatame. Caso isso deixe de ocorrer o árbitro imediatamente anuncia "Osaekomi-toketá", levantando um dos braços à frente e movendo da direita para a esquerda, com o polegar para cima rapidamente, duas ou três vezes, enquanto se inclina para os competidores, interrompendo a contagem de tempo. Valendo os valores obtidos até a interrupção para Wazari ou Yuko.


sinalização de Osaekomi-toketá

Se o tempo se esgotar sem que nenhum competidor marque um Ippon, o árbitro irá atribuir a vitória ao competidor que tiver a maior pontuação. Um competidor com um Waza-ari irá ganhar de um adversário que marcou vários Yukos.

Se ao finalizar o combate houver empate de valores (pontos obtidos por projeção ou imobilização), a decisão será decidida pelos Shidôs, ganhará quem tiver recebido menos, isto é tiver recebido menos penalizações por faltas leves, o Shidô não tem nenhum valor de equivalência, ou seja, não representa pontuação para o adversário, é uma pontuação negativa.
No combate cada competidor poderá receber até três Shidôs, caso haja um quarto Shidô ocorrerá a desclassificação imediata (Hansoku-makê).

Para atribuir um Shidô, penalização, o árbitro faz um gesto que demonstra o porque da punição, tais como: Falta de combatividade, o árbitro gira os braços com um movimento para a frente com os antebraços à altura do peito; Falso ataque, o árbitro Estende ambos os braços horizontalmente a frente, mãos fechadas, e a seguir abaixa diretamente os braços; Transitar fora da área de combate, o árbitro levantará uma das mãos à altura do ombro com o polegar para cima e a com a outra mão estendida, apontando ao longo da linha limite da zona de combate e movê-la-á da direita para a esquerda duas ou tres vezes; etc.
Após ter demonstrado o por quê aponta na direção do competidor punido com o indicador estendido e a mão fechada.
                                                             
     sinalização de não combatividade            sinalização de falso ataque       sinalização de transitar fora da área

No entanto, se o combate terminar empatado com os competidores com pontuações e quantidade de Shidôs iguais, não havendo um vencedor, o combate passará a ser decidido pelo Golden Score (ponto de ouro), isto é, continuarão a combater sem tempo definido e perderá quem receber um Shidô ou vencerá quem marcar qualquer valor.

Durante o combate há outras sinalizações usadas pelo árbitro, como por exemplo: quando anuncia "Matte!" levantando uma das mãos à altura do ombro, com o braço aproximadamente paralelo ao tatame, deverá mostrar a palma da mão (dedos voltados para cima) para o cronometrista, esta é uma sinalização que interrompe temporariamente o combate em alguns casos, tais como: Quando um ou ambos os competidores saem da área de combate; Quando um ou ambos os competidores executam um dos atos proibidos; Quando um ou ambos os competidores estão lesionados ou doentes; Quando é necessário, para um ou para ambos os competidores, que ajustem o Judôgi; Quando em Ne-waza não se verifica um progresso aparente, etc. Fazendo com que os competidores retornem às suas marcas e reiniciem o combate (Hajime)


sinalização de Matte.

No caso em que o árbitro deseje parar temporariamente o combate sem que os competidores alterem as suas posições, seja para se dirigir a um ou a ambos ou para atribuir uma penalidade sem que o competidor que não é penalizado perca a sua posição vantajosa, ou ainda se, durante o Ne-waza um competidor mostrar sinais de lesão, o árbitro deverá inclinar-se para a frente e tocar nos dois competidores com a palma das mãos com firmeza e anunciar "Sono-mama!" (não se mexam!). Para recomeçar o combate fará o mesmo gesto e anunciará "yoshi!" (continuar!).
Sono-mama só poderá ser aplicado em Ne-waza. Sempre que esta situação ocorra, antes de reiniciar o combate, o árbitro deverá ter o cuidado de verificar se não existe mudança de posição ou pegadas de qualquer dos competidores. Se for necessário colocará os competidores na posição que mantinham antes de ser anunciado o Sono-mama e depois anunciará Yoshi.

                                       
sinalização de ajuste do Judogui                     sinalização de Kachi

Terminado o combate retornarão aos respectivos lugares, o árbitro indicará aos competidores para recompor o Judogui, cruzando com a mão a esquerda sobre a direita, palmas das mãos voltadas para dentro à altura do cinto e após o árbitro apontará o resultado indicando o vencedor do combate (kachi) levantando uma mão, palma para dentro acima da altura do ombro, em direção ao vencedor.

Os competidores darão um passo atrás, com o pé direito, tornarão a se saudar e deixarão a área de competição.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Lesões no Judô - Parte 4 - Durante o Combate


Baseado em diversos manuais de arbitragem

Como o judô é um esporte de contato, não é recomendada a realização de qualquer competição sem a presença de um médico responsável, com materiais de primeiros socorros, habilitado a prestar os primeiros atendimentos caso seja necessário.
Por serem as situações de lesões em combate raras mas não impossíveis de ocorrer. Vamos descobrir o que acontece e quais os procedimentos adotados quando ocorrer uma lesão em um competidor durante o combate ou outra situação semelhante de abandono do combate, exijindo cuidados médicos ou não.

Só se permite um médico por competidor na área de competição. E não é permitido ao técnico adentrar na área de competição.
Se ocorrer um acidente devido a uma causa externa (força maior), o combate poderá ser anulado ou adiado.

Há duas situações distintas, uma chamada "Fusen Gashi" e outra chamada "Kiken Gashi".

“Fusen Gashi”, é a declaração de vitória concedida a qualquer competidor cujo oponente não se apresente para o combate.
Num torneio quando um competidor sofre uma lesão e ainda tem outros combates pela frente, mas não comparece ao próximo combate, por não ter condições de prosseguir neste momento, será declarada a vitória do competidor que compareceu por “Fusen Gashi” (corresponde ao W.O. ou Walkover, em inglês), isto é, o competidor que não estiver em sua posição inicial após 3 chamadas, com intervalos de 1 minuto entre elas, perderá o combate. Caso essa derrota não o tenha eliminado do evento e a lesão tenha deixado de impedi-lo, ele poderá prosseguir normalmente.


"Kiken Gashi", é a declaração de vitória a qualquer competidor cujo oponente desistiu durante o combate, por qualquer motivo, o competidor que perder o combate por kiken-gachi, se essa derrota não o eliminar do evento e não havendo nenhum outro fator impeditivo superveniente, poderá continuar a competir no evento.

A desistência durante o combate poderá ser por decisão do árbitro, do próprio competidor ou do médico.
A decisão do combate, onde um competidor não possa continuar em razão de lesão, mal súbito ou acidente durante o mesmo, será concedida pelo árbitro de acordo com as seguintes condições:
Quando a causa da lesão for atribuída ao competidor lesionado, este perderá o combate.
Quando a causa da lesão for atribuída ao competidor não lesionado, este perderá o combate.
Quando for impossível atribuir, a causa da lesão, a qualquer dos competidores, perderá o combate o competidor que não puder continuar.

São exemplos de situações de Kiken-Gashi:
Se um competidor que usa lente de contato e durante o combate perder sua lente, não conseguindo recuperá-la imediatamente e informar ao árbitro a sua impossibilidade de prosseguir no combate sem a lente de contato. O árbitro deverá dar a vitória ao seu oponente.

O próprio competidor pode solicitar ao árbitro o atendimento médico mas isto implica em perder o combate, neste caso, o combate será interrompido, com o árbitro anunciando "Soremade" e declarará o término do combate por “Kiken Gashi”.

Geralmente quando um competidor adoece durante o combate e não pode continuar, o mesmo perderá o combate.
Se um competidor sofrer qualquer tipo de vômito ou golfada durante o combate. O árbitro deverá dar a vitória ao seu oponente.

No caso de lesões mais fortes, tais como:
Se ocorrer que um competidor bata a cabeça com força suficiente para causar desmaio (concussão de grau 3) ou um forte impacto na coluna vertebral ou sempre que o árbitro tiver dúvidas razoáveis da existência de uma lesão grave, o árbitro chamará o médico para que este examine o competidor o mais rápido possível. Para chamar o médico: o árbitro virar-se-á para a Mesa Médica ou local destinado à permanência do médico, acenará com o braço (palma da mão para cima), da direção do local médico para o competidor lesionado.

Se o médico, após examinar o competidor lesionado, atestar que o desmaio foi realmente causado pelo impacto na cabeça ou ocorreu uma lesão considerável e o competidor não pode continuar no combate, o árbitro encerrará o combate e declarará o oponente vencedor por kiken-gachi, o competidor lesionado perderá o combate e não lhe será permitido continuar a competir no mesmo evento.
Caso o atleta competindo na classe juvenil desmaie em razão de estrangulamento, a ele, também, não será permitido competir mais no mesmo evento.

Quando o médico for chamado, somente o árbitro poderá se aproximar do competidor lesionado para assegurar-se que a assistência fornecida pelo médico esteja de acordo com as regras.

O árbitro deve estar atento para casos de fingimento de cãibra (ou cãimbra) ou "falta de ar". Caso o médico informe que o competidor estava apenas cansado, que não tinha nada, o árbitro deverá aplicar ao competidor a regra da não-combatividade.

O médico da equipe também pode solicitar o atendimento para o seu competidor, mas neste caso o combate terminará, e o oponente vencerá por kiken-gachi.
No caso de um médico, responsável por um competidor durante seu combate, perceba claramente, especialmente em casos de técnicas de estrangulamento, que a saúde de seu competidor corre um sério perigo, pode ir até a borda do tatame e pedir ao árbitro que pare o combate imediatamente. Tal intervenção significará consequentemente a perda do combate.

Quando houver sangramento, o árbitro chamará o médico para que atenda ao competidor a fim de estancar o sangue. Por medida de segurança, caso haja ferida, esta deverá ser completamente coberta mediante esparadrapos, fita adesiva, ligaduras, bandagens, etc.
No caso de sangramento nasal que comumente ocorre por pancada acidental, o médico poderá utilizar tampão nasal ou produtos hemostáticos.
A mesma ferida sangrando, poderá ser atendida pelo médico em duas ocasiões. Quando a mesma ferida sangrar pela terceira vez, o árbitro deverá parar o combate a fim de proteger a integridade dos competidores. Neste caso, o competidor ferido será declarado perdedor por “Kiken Gashi”.
Em caso de sangramento em regiões diferentes, se chamará o médico quantas vezes forem necessárias.
Em qualquer caso onde não seja possível deter ou estancar o sangue, o competidor ferido será declarado perdedor por “Kiken Gashi”.


No caso de lesões menores, como por exemplo:
Unha quebrada ou virada, o médico é autorizado a auxiliar no corte da unha do competidor.
O médico também pode ajudar na recuperação de uma pancada nos órgãos genitais, auxiliando com exercícios de flexão.
Em casos, por exemplo, de uma luxação no dedo, o árbitro pára a luta (mediante “Mate” ou “Sono-Mama”) e permitirá ao competidor reduzir a luxação, ação que deverá ser imediata e o combate deverá ser reiniciado rapidamente.
Será permitido ao competidor fazer a redução da luxação em duas ocasiões. Havendo uma terceira vez, será considerado que não está em condições de seguir competindo, com o árbitro terminando a luta e declarando-o perdedor por “Kiken Gashi”.

Nota: Com a exceção das situações supramencionadas, caso o médico administre qualquer tipo de tratamento o oponente vencerá por kiken-gachi.

sábado, 2 de janeiro de 2016

Lesões no Judô - Parte 3 - Orelha de Couve-Flor


Baseado no artigo "Orelha de Couve-Flor" publicado em https://jiujitsunoboken.wordpress.com


Duras, enrugadas, com formato que lembra uma couve-flor... Se alguém bater o olho e vir uma orelha assim na rua, já reconhece que o dono é lutador.

Muitas pessoas perguntam por que os lutadores ficam com as orelhas deformadas e se existe uma maneira de “consertar” ou mesmo evitar que isso aconteça.

Conhecido na medicina como hematoma auricular (pericondrite), tem o nome popular de orelha de couve-flor e trata-se de um hematoma causado no pericôndrio (uma camada de tecido conjuntivo que fica entre a pele e a cartilagem da orelha), gerando uma inflamação. Esta inflamação, por sua vez, costuma causar obstrução sanguínea fazendo com que ocorra uma reação fibrosa severa, formando uma nova cartilagem.

A pericondrite é provocada pelo trauma constante das lutas, ou seja, pelos atritos e esmagaduras sofridos durante os treinos e combates. A infecção pode levar à falta de vascularização nas orelhas que, por sua vez, pode provocar a morte do tecido. Essa necrose provoca uma forte reação fibrosa, resultando na formação de nova cartilagem para preencher o espaço lesionado.

Mas não se preocupe, se você é praticante casual, sua orelha não vai se deformar de um dia para o outro. Estatísticas dizem que a orelha tende a ficar deformada a partir de 1 ano de treinos diários, então não vai ser em treinos leves duas ou três vezes por semana que deformarão suas orelhas.

Tem alguns atletas que gostam e procuram acelerar o processo esfregando o kimono na orelha ou apertando ela com alicate para que as pessoas vejam pelas orelhas que são “lutadores”.

Para evitar que essa lesão ocorra use protetor de orelha. São bem fáceis de encontrar e costumam ser eficientes. O problema é que nem todos se adaptam ao uso do mesmo.

Caso aconteça esse tipo de lesão podemos tomar algumas medidas para que sejam minimizados os efeitos:

1 - Assim que machucar a orelha, enquanto não conseguir chegar onde possa tomar a medida número dois, aplique gelo imediatamente, você deve tentar reduzir a inflamação na orelha aplicando uma compressa de gelo na área afetada. Aplique gelo em sessões de 15 minutos com intervalos de 15 minutos entre as sessões até que o inchaço diminua.
Importante: Embrulhe o gelo em uma toalha ou em um pano semelhante antes de aplicar na orelha. Não aplique gelo diretamente na pele por um período prolongado, pois pode queimar sua pele ou causar outras complicações devido à temperatura extrema.
Use um lenço na cabeça para comprimir a orelha. Enrole a área afetada apertada para manter a pressão na lesão. A pressão pode parar o sangramento interno mais rapidamente, portanto, reduzindo a gravidade da deformação. Assim que puder enrole gaze elástica ao redor da orelha. Coloque o material na frente e atrás da orelha para aplicar um nível moderado de pressão.
Não enrole a gaze de forma muito apertada, pois pode causar dor de cabeça. Você também deve evitar enrolar de forma que a gaze bloqueie a sua visão ou a outra orelha.

2 – Drene o sangue o mais rápido possível, pois quanto menos tempo ele ficar dentro da orelha, mais chances você tem dela continuar intacta.
Embora tecnicamente você possa drenar uma orelha de couve-flor branda sem ir ao médico, fazer isso sem um treinamento profissional pode aumentar o risco de infecção e complicações mais tarde. Entenda o risco, você só deve tentar se o trauma for brando com inchaço moderado e se a pele não estiver aberta.
Se você puder ir ao médico dentro de 48 horas, você deve considerar seriamente essa opção sem tentar drenar a orelha sozinho.
Na maioria dos casos, o médico vai tratar a orelha de couve-flor usando uma agulha para retirar o sangue e o fluido. Depois disso, ele aplicará algo para comprimir o local para impedir que mais sangue se acumule na orelha machucada, se já houver um corte na orelha, o médico pode também drenar o sangue através desse corte.
Aplicar pressão com um curativo apertado também ajuda a pele ferida a se reconectar com a cartilagem debaixo dela, o medico provavelmente aplicará gaze na frente e atrás da orelha antes de embrulhar com um curativo estéril. Preste atenção à pressão e à técnica usada na aplicação do curativo para que você possa reaplicar na sua orelha afetada quando for preciso durante o processo de cura.
O médico pode optar por um outro procedimento bem semelhante à drenagem e à compressão, mas em vez de usar um material de compressão para aplicar pressão na orelha, o médico colocará uma tala especial na parte de dentro para manter a pressão constante na ferida, o sangue na orelha será drenado pelo corte ou pela seringa. A colocação da tala pode levar forma de sutura, que será colocada na orelha de forma que segure uma gaze especial, a tala pode ser de pediplast ou de silicone e será moldada para a orelha.
Se a tala for usada, a orelha precisará ser verificada pelo médico novamente em sete dias. A sutura se mantém por 14 dias, a não ser que haja alguma vermelhidão ou sensibilidade. Uma tala moldada poderá ficar por mais tempo.
Veja se serão necessárias uma incisão e uma remoção de coágulo, em casos graves, quando a orelha de couve-flor já começou a endurecer, você pode precisar consultar um cirurgião especializado. Esse cirurgião pode escolher fazer uma incisão na sua orelha e remover fisicamente qualquer coágulo que já tenha se formado. Qualquer líquido restante na sua orelha também será drenado.
Esse tipo de procedimento só pode ser feito por um cirurgião plástico ou por um otorrinolaringologista licenciado (cirurgião da orelha, nariz e garganta).

Cuidados Pós-drenagem:
Mantenha a orelha seca. A orelha afetada deve ficar seca no primeiro dia depois do procedimento de drenagem. Não tome banho ou nade nas primeiras 24 horas. Evite chuva, use um guarda-chuva ou uma capa para impedir que a orelha se molhe.
Mantenha o curativo por, no mínimo, 24 horas. Qualquer curativo aplicado por você ou pelo médico depois do procedimento da drenagem deve permanecer no local no primeiro dia para permitir que a ferida se cure sem exposição a bactérias. Embora o curativo possa ser tecnicamente removido depois do primeiro dia, é aconselhável mantê-lo de 3 a 7 dias.
Aplique pomada antibacteriana. A pomada não precisa ser prescrita, mas a pomada deve ser aplicada no local da ferida três vezes ao dia até que ela cure completamente e cicatrize. O seu medico também pode prescrever um antibiótico oral ou tópico para ajudar a prevenir contra infecções, principalmente se ele tiver feito uma incisão ou se a pele foi aberta durante a lesão inicial.
Aplique gelo periodicamente. O inchaço vai continuar a ocorrer por cerca de três semanas após o procedimento. Aplique uma compressa de gelo na orelha por 10 a 15 minutos, duas ou três vezes ao dia durante esse período. Se você ainda estiver praticando o judô, certifique-se de aplicar gelo imediatamente após o treino.
Se você recebeu a lesão inicial na orelha enquanto praticava boxe, artes marciais ou outro esporte, você deve deixar o seu corpo se curar por, no mínimo, 24 horas antes de voltar a treinar. Se o médico inseriu talas na sua orelha, você deve colocar uma fita no local para impedir que elas caiam ou sejam danificadas durante o treino.
Aplique pressão na orelha durante o treino usando uma fita. Fita atlética também pode ser usada, mas ela tende a perder a qualidade da aderência quando entra em contato com suor, o que faz a fita adesiva de vedação uma opção melhor.
Para o resto da temporada do seu esporte, você deve utilizar um protetor e adicionar pressão ou uma almofada no acessório da cabeça. Corte uma espuma atlética em formato de rosca e prenda-a na parte de dentro do capacete ou outro acessório da cabeça, diretamente nas duas orelhas. Peça ao seu treinador para verificar o tamanho certo do seu acessório para se certificar de que ele fica na sua cabeça adequadamente.

Embora esteja deformada e pareça muito uma couve-flor, isto é, a lesão já se consolidou, já formou a reação fibrosa. É possível fazer uma cirurgia plástica para corrigir o problema e fazer uma orelha nova, mas é preciso ter cuidado com os procedimentos pós-operatórios. O paciente fica impossibilitado de fazer atividades físicas por dois meses, o que é inviável no caso de um lutador.

O procedimento é complicado e pode durar até cinco horas. Na operação, são retirados todos os fragmentos de cartilagem se ela estiver muito danificada, que é o que quase sempre acontece, aproveita-se toda a pele. Normalmente substitui-se a cartilagem interna por um arcabouço com cartilagem retirada do tórax.

Com uma parte da cartilagem retirada do tórax faz-se uma escultura para a nova orelha tomando como referência a orelha oposta. Se o problema for nas duas orelhas, cabe ao cirurgião ter uma veia artística para fazer o desenho e coloca-se a cartilagem por dentro da pele.