domingo, 21 de outubro de 2018

Suplementos Alimentares - Malefícios ou Benefícios???




Os adolescentes, ainda mais os nascidos na era digital, querem tudo para ontem. Não é à toa que muitos deles desejam trocar o corpo infantil por uma versão mais musculosa ou definida no menor prazo possível.

O adolescente é invariavelmente vaidoso e quer ficar forte logo, na busca pelo corpão, entram em jogo também os suplementos alimentares. Mas atenção: os shakes podem ser aliados ou inimigos, dependendo da forma como são consumidos.

Pisando na academia, eles são público fácil para os suplementos esportivos, especialmente aqueles que aumentam a massa muscular, caso de whey protein, BCAA, creatina e etc. A pediatra Mônica Moretzsohn, do Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), constatou que é muito grande a demanda por esse tipo de produto.

Estudos recentes endossam a constatação da médica. Uma pesquisa realizada em Fortaleza com 85 frequentadores de academia de 18 a 58 anos mostrou que gente abaixo dos 30 é a que mais recorre a suplementos. Quanto mais jovem, maior o apelo da categoria. Mas o que deixa mesmo os especialistas de cabelo em pé é o uso dessas substâncias por conta própria – sendo que, em geral, elas são indicadas a atletas.

Outro levantamento, este feito com 30 adolescentes de Campo Mourão, no Paraná, revelou que um terço deles ingeria suplementos sem orientação. Só 10% ouviram um médico ou nutricionista. O fenômeno, claro, não se restringe ao Brasil. Na Eslovênia, cientistas da Universidade de Liubliana, a mais antiga do país, identificaram um cenário parecido ao avaliar 1.500 jovens de 14 a 19 anos. Dos adeptos da suplementação, 40% não eram acompanhados por profissionais de saúde. Detalhe: 30% se aconselhavam com familiares.


Sem consultar um especialista, o adolescente pode ultrapassar a dose recomendada e combinar substâncias que interagem entre si O estudo paranaense chegou a apontar um dos efeitos desse consumo sem supervisão: falta de carboidratos e excesso de proteína no cardápio.
Temos visto muitos casos de jovens internados para fazer diálise por sobrecarga dos rins em razão do abuso proteico, conta a médica Leda Lotaif, chefe da Nefrologia do Hospital do Coração (HCor), em São Paulo. Ela ressalta que as complicações surgem em quem já possui predisposição a problemas renais – algo que praticamente ninguém sonha ter.

Há relatos também de espinhas, dor de cabeça, insônia e até agressividade e taquicardia entre usuários dessas substâncias. Como se não bastasse, suplementos com proteína isolada contribuiriam para manifestações alérgicas. Nada disso, porém, foi estudado a fundo. “Faltam pesquisas específicas sobre os efeitos colaterais desses produtos”, Quando se fala em suplemento alimentar, há uma impressão de que ele é mais completo do que o alimento, o que nem sempre é verdade” diz a nutricionista Luciana Rossi, do Centro Integrado de Saúde da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo.

Pela legislação, suplementos de proteína, como o whey protein, são considerados alimentos e não remédios, o que favorece a venda e o consumo sem critério. Atenta aos riscos disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu revisar as regras na área. O objetivo é tornar o mercado mais seguro – hoje, parte dele está na ilegalidade.

Segundo a Gerência Geral de Alimentos da Anvisa. Há muita divergência de informações entre rótulos de produtos semelhantes, promessas de benefícios sem comprovação científica, itens com problemas de qualidade, já houve casos de adição de anabolizantes em algumas marcas.

Ainda que as normas fiquem mais claras, não devem dispensar a visita ao médico ou nutricionista. Para adolescentes, o recado é especialmente importante. Quem pula essa etapa corre o risco de apresentar um desequilíbrio nutricional, o que compromete o desenvolvimento ósseo e muscular. Os riscos disso vão desde alterações hormonais e sexuais até cardiopatia e câncer.

Mas, afinal, com supervisão médica, quando meninos e meninas realmente tiram proveito dos suplementos? A verdade é que esse tipo de produto só faria sentido para quem está iniciando uma carreira como atleta. A princípio, a suplementação é contraindicada para adolescentes saudáveis que já seguem uma alimentação balanceada.



Segundo a pediatra Mônica, da SBP, montar o prato com mais zelo já auxiliaria o organismo no ganho de massa muscular. Em termos de proteína, por exemplo, dois filés de frango ao dia são suficientes para quem está em fase de crescimento. “A conta é, em média, de 1 grama de proteína para cada quilo de peso. Um filé de frango tem cerca de 20 gramas do nutriente. Logo, uma porção no almoço e outra no jantar estão adequadas para um adolescente com 40 quilos”, Ela cita o caso do badalado whey protein, trata-se da proteína do leite isolada. Ou seja, o leite em si já contém essa mesma proteína e ainda gordura, cálcio e outros componentes necessários ao organismo”, justifica. Para quem está em franco desenvolvimento, o melhor conselho a ser dado envolve bom senso, paciência e alguns copos de leite, ovos e bifes.
Ao começar os treinos, o jovem pode, com orientação, aumentar as porções e reforçar a ingestão de calorias e outros nutrientes, como carboidratos, cálcio e ferro .


Apesar de uma alimentação adequada (hipercalórica + hiperproteica), uma suplementação específica (Creatina, Beta-alanina, BCAA, whey protein…) e uma atividade física direcionada, muitas vezes existe uma grande dificuldade de se conseguir uma hipertrofia muscular adequada. Existem causas endocrinológicas (alterações da hipófise, adrenal, tireóide, ovários, testículos, pancreáticas…), sistêmicas (alterações renais, gastrointestinais, hepáticas…), infecciosas, inflamatórias e medicamentosas (antidepressivos, corticoides, anti-inflamatórios, anticoncepcionais…) que interferem no processo de anabolismo muscular.
Procure sempre um endocrinologista para uma avaliação mais especializada.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Sokuteiki - Você sabe o que é e como é usado?




O Sokuteiki é o instrumento oficial de medição e controle da Federação Intenacional de Judô, é uma espécie de gabarito que usado pelos árbitros para verificarem as medidas dos kimonos antes do atletas adentrarem a área de competição. As normas atuais exigem que o tamanho das mangas, da espessura da gola, do transpasse do kimono, do tamanho da faixa além do espaço da calça medida na altura do joelho atendam as normas internacionais da Federação Internacional e com essa única peça é possível fazer todas as medições necessárias.

a Federação Internacional afim de garantir um nível de igualdade entre todos os atletas e de reforçar as dimensões e medidas do judogi de acordo com os regulamentos, a partir de 1 de janeiro de 2009, adotou um novo procedimento de controle e aprovou o uso do dispositivo de controle SOKUTEIKI.

Em todos os eventos da Federação Internacional, nas áreas de aquecimento deverão ter dispositivos SOKUTEIKI disponíveis, em número suficiente, para permitir que os competidores verifiquem seu próprio Judogi antes de entrar na área de competição. Após a entrada na área de competição, cada competidor será responsável pela conformidade do seu judogi com o regulamento internacional.

Como é usado:




Em caso de dúvida, o árbitro no tatami pode conferir o judogi dos atletas usando o dispositivo SOKUTEIKI. Se o judogi examinado não estiver em conformidade com o regulamento e o árbitro verificar que as dimensões estão fora do padrão deve penalizar o atleta com a desclassificação e declarar a respectiva vitória para o oponente.

Fiquem atentos ao comprarem novos judogis, eles podem apresentar as medidas corretas porém é necessário prestar atenção na proporção do encolhimento após a terceira lavagem o que pode comprometer as suas medidas. Fique atento na hora de comprar seu próximo judogi e exija garantia.

E lembre-se, diminuir o judogi é fácil (qualquer costureira faz), difícil é fazer aumentar as medidas.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Os Perigos do Doping


Baseado em diversos artigos encontrados na internet.

O doping (ou dopagem) não é mais que um termo inglês que designa o uso de drogas ou substâncias que aumentam as capacidades físicas de atletas desportivos. O doping pode também ser considerado como o uso de certas técnicas ou métodos que alteram o estado físico do desportista para aumentar o seu rendimento desportivo (não devemos, no entanto confundir doping com treino físico rigoroso). Também é considerado doping o uso de substâncias que disfarçam outras substâncias dopantes, como é o caso dos diuréticos.
Existem também métodos de administrar substâncias e de manipular o perfil fisiológico que são proibidos. Estes métodos podem causar danos ao organismo. Por exemplo: Doping sanguíneo, incluindo transfusão de sangue visando alterar o fluxo de oxigênio no organismo pode resultar num elevado risco de ter uma parada cardíaca, infarto, problemas renais e elevada pressão sanguínea, pode acarretar problemas com o sangue, tal como: infecções, intoxicações, excesso de glóbulos vermelhos, redução do número de plaquetas e causar problemas com o sistema circulatório.
Tal como qualquer droga injetável, o uso de seringas para a dopagem aumenta bastante o risco de contrair doenças infecciosas como Aids e hepatites.
É obrigação de cada atleta conhecer a lista de substâncias e métodos proibidos, quando um atleta é descoberto no teste antidoping não é admissível as afirmações: “eu não sabia”, “culpa do remédio”, “o médico indicou” e por ai vai, na tentativa de minimizar a penalidade.

Este assunto e a lista podem ser consultados em qualquer destes sites:
Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem – ABCD
US Anti-Doping Agency – USADA
Autoridade Antidopagem de Portugal - ADoP

Grande parte dos medicamentos que constam da lista de substâncias proibidas podem ser adquiridas nas farmácias, e não é seguro usá-los. Os medicamentos são para pessoas com problemas específicos de saúde e não para atletas saudáveis. Não foram feitos para serem usados por pessoas jovens e saudáveis em doses elevadas e em combinação com outras substâncias. Todo os medicamentos têm efeitos colaterais entretanto, tomá-los sem necessidade pode provocar sérios danos ao organismo e destruir a sua carreira atlética.

Muito cuidado com os suplementos alimentares, as indústrias de suplementos não são devidamente controladas, isso significa que nunca se sabe ao certo o que se está tomando, pode haver substância proibida em qualquer suplemento que se diz natural. DICA: se lhe parecer demasiado bom - é provável que seja proibido!

As drogas e substâncias dopantes encontradas podem ser divididas em vários grupos e classes:

Esteróides Anabolizantes - são as drogas mais utilizadas no desporto de alta competição, especialmente nos desportos que necessitam grande força física e consequentemente, grande força muscular, possuem basicamente duas funções no organismo: a função androgênica e a função anabolizante. A função androgênica dos esteróides é responsável pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais masculinos, nomeadamente o crescimento da barba, pêlos púbicos, engrossamento da voz, desenvolvimento do pênis e testículos, enfim, responsável pelas características denominadas masculinas. Depois, temos a outra função dos esteróides, a função anabólica: esta é responsável pelo desenvolvimento da massa muscular e massa óssea. Este é o efeito mais procurado pelos atletas, o efeito anabolizante, e é por isso que se tentam criar esteróides que maximizam o efeito anabólico, mas que reduzem o efeito androgênico, pois desta maneira as células dos músculos serão as principais receptores dos esteróides, não sendo estes “desperdiçados” com outros órgãos que tenham receptores para o efeito androgênico do esteróide (maximizando assim o seu efeito de aumento muscular).
Os esteróides anabolizantes são altamente proibidos na maior parte do desporto, pois dão uma vantagem, muitas vezes decisiva, aos atletas que utilizam este tipo de doping, contrariando a igualdade desportiva e a própria máxima do Barão de Courbertin (principal responsável pelos jogos olímpicos da era moderna), que dizia que o importante no desporto é a competição e não a procura desenfreada por resultados. Este tipo de drogas pode ser tomado oralmente ou através de injeções, sendo geralmente injetados em vez de consumidos oralmente. Quando tomados oralmente, os esteróides passam pelo fígado, no qual sofre um processo de Alcalinilização, processo esse extremamente prejudicial ao fígado.
Os esteroides podem tornar os teus músculos mais volumosos e proporcionarem mais força, mas... podem te tornar dependente deles e originar acne, fazer cair o cabelo, aumentar o risco de contrair doenças de fígado e cardiovasculares, originar mudanças de humor, tornar mais agressivo, originar tendências suicidas.
Nos rapazes, pode provocar: encolhimento dos testículos, desenvolvimento de seios e redução da potência sexual e até mesmo causar impotência.
Nas moças, pode provocar: Voz grossa, pelos excessivos na face e no corpo, ciclos menstruais anormais e aumento do volume do clitóris.

Estimulantes - são substâncias que estimulam e aceleram a atividade cerebral, o que faz com que a resposta nervosa seja mais rápida, aumento a atividade dos atletas e diminuindo o seu cansaço. O uso de estimulantes é muito frequente entre os atletas (é o mais frequente depois do consumo de esteróides) que tomam drogas como anfetaminas, estricnina, cafeína ou até mesmo cocaína, para reduzirem o cansaço e aumentarem a sua resposta cerebral. Os estimulantes podem ser tomados por via oral, em pó, através da inspiração nasal, injeções e podem mesmo ser fumados.
Este tipo de drogas é proibido numa grande variedade de esportes e atualmente pensa-se que já existe consumo de estimulantes nervosos em esportes como o xadrez, que requer uma grande atividade cerebral durante torneios de vários dias. Estas drogas são proibidas, pois dão uma vantagem injusta aqueles que as usam (pois o sistema nervoso está muito mais ativo) e, além disso, podem também ter outras consequências para a saúde, pois estes aumentam a pressão arterial, podem fazer com que o atleta emagreça, o uso contínuo pode destruir células nervosas (a hiperatividade contínua provoca a sua destruição), pode provocar insônias, euforia, alterações de comportamento, tremores, respiração acelerada, confusão cerebral, ritmo cardíaco acelerado e irregular. Possibilidade de sofrer uma parada cardíaca ou derrame cerebral e overdoses quando tomados em excesso.

Analgésicos, calmantes e narcóticos (metadona, petidina, heroína, morfina e a cocaína, entre outros) - frequentemente usados em quase todos os esportes fisicamente exigentes e que podem ter como efeito, reduzir a dor de certas lesões ou atividades, fazendo com que o atleta aguente mais tempo e aguente mais dor, aumentando a sua resistência natural, sendo por isso muito utilizado em esportes como a maratona e o triatlo (fisicamente muito exigentes).
Este grupo (analgésicos, calmantes e narcóticos) apresentam perigos para o organismo, pois o seu uso visando reduzir a dor pode fazer com que um atleta agrave uma lesão, podem levar também à fragilização do sistema imunológico, redução do ritmo cardíaco, perda de equilíbrio e coordenação, problemas gastrointestinais (náuseas, vômitos e constipação), insônias e depressão, diminuição da frequência cardíaca e ritmo respiratório e diminuição da capacidade de concentração, além de que Os narcóticos são também altamente viciantes – O organismo e memória facilmente se tornam dependente deles.
Estão ainda proibidas nas competições todo o tipo de narcóticos estupefacientes e ainda drogas antiestrogênicas, drogas que se destinam a inibir a produção destes hormônios.
A maconha (canabis, marijuana, seja qual for a designação), haxixe e similares, estão banidas. Quer seja um viciado ou utilizador casual, essas drogas podem ter efeitos negativos no rendimento como atleta e na saúde, o seu uso pode reduzir a capacidade da memória, atenção e motivação, e até mesmo causar dificuldades de aprendizagem, fragilizar o sistema imunológico, Afetar os pulmões (bronquite crônica) e outras doenças respiratórias e até, mesmo, câncer de garganta.

Beta-bloqueadores (acebutolol, alprenolol, atenolol, labetolol, metipranolol, pindolol, etc.) - são utilizados no esporte de uma forma semelhante ao analgésico, pois também ajudam a combater o nervosismo, stress e ansiedade. Estas drogas atuam nomeadamente no coração, diminuindo o ritmo cardíaco.
Esta função é altamente proveitosa para certos esportes de alta precisão, sendo por isso proibida em esportes como o tiro ao alvo, tiro com arco, bilhar, xadrez, natação sincronizada. O consumo é perigoso, pois a diminuição do ritmo cardíaco pode provar hipotensão (tensão arterial baixa) e pode mesmo provocar paradas cardíacas. Pode também provocar asma, hipoglicemia (falta de glicose no sangue), insônias e impotência sexual.

Hormônios peptídicos - possuem diversas funções. Uma das suas principais funções é a fixação peptídica, isto é, estes hormônios ajudam os músculos nas suas reações anabólicas, ajudando a fixar os aminoácidos necessários para a construção destes. Existem vários tipos de hormônios peptídicos, e com diversas funções, de entre as quais se destacam:
a) O Eritropoietina, também denominada de EPO. Este hormônio, que existe no nosso organismo, estimula a produção de glóbulos vermelhos, aumentando assim a resistência do atleta (pois os músculos são fornecidos com uma maior quantidade de oxigênio). O uso de EPO pode tornar o teu sangue mais denso ao invés de mais líquido. A tentativa de bombear este sangue viscoso através das veias pode fazer se sentir fraco, o que não é bom se estiver treinando intensamente e elevar a pressão arterial.
b) O HCG, um hormônio produzida pelo feto durante a gravidez, é também usada pelos homens para aumentar a produção de esteróides no organismo. Existem também mulheres que engravidam, pois o HCG faz aumentar as concentrações de hormônios femininos e com tais concentrações ditas “naturais” muitas outras drogas dopantes que podem existir em certas concentrações são disfarçadas. Depois do teste de controle, as atletas abortam.
c) O HC, hormônio do crescimento, tal como o nome indica é produzido em grande quantidade durante a puberdade e permite o crescimento dos indivíduos, é também usado na construção e recuperação de tecidos musculares. O HGH pode tornar os músculos mais fortes e fazer você se recuperar rapidamente, mas... Não são apenas os seus músculos que crescem, o uso de HGH pode provocar acromegalia (saliência da testa, sobrancelhas, crânio e maxilar – um efeito que não pode ser revertido), aumento do tamanho do coração resultando na elevação da pressão arterial e até mesmo numa parada cardíaca, danos no fígado, na tiroide e ao nível da visão e ainda provoca artrites.
d) O LH, hormônio que existe naturalmente no nosso organismo, é usado para estimular a produção de testosterona nos testículos.
O uso destas drogas pode provocar deformações ósseas, distúrbios hormonais, miopia, hipertensão, coágulos sanguíneos, diabetes, doenças articulares.
A utilização de hormônios não peptídicos está também proibida quando apresentam estrutura e função semelhante aos peptídicos.

Agentes Mascarantes ou Diuréticos - Este tipo de substâncias tem como função aumentar a quantidade de urina produzida para camuflar os sinais de substâncias proibidas, o que leva a alterações no controle, já que a maior parte das substâncias são consideradas ilegais quando detectada em concentrações elevadas. Ao aumentar a quantidade de urina, as concentrações de substâncias dopantes vão diminuir, não podendo por isso serem consideradas dopantes abaixo de certos níveis. Além desta função, os diuréticos são também usados para perda de peso, nomeadamente em esportes divididos por categorias de peso ou até mesmo de forma a que certas substâncias (nomeadamente dopantes) sejam expulsas rapidamente do organismo. Os principais diuréticos usados são o triantereno e a furosemida. Como efeitos secundários prejudiciais, os diuréticos podem causar tonturas ou mesmo desmaios, perda da coordenação, equilíbrio desorientação, mudança de humor, desidratação, câimbras (cãibras), doenças renais, perda de sais minerais, alterações no volume do sangue e no ritmo cardíaco. Se os problemas cardíacos e renais tornarem-se muito graves. Os efeitos colaterais podem afetar definitivamente a habilidade de treinamento e competitiva e podem mesmo levar à morte do atleta.
Beta-agonistas - são drogas que se destinam a aumentar a massa muscular e diminuir a massa gorda. Uma droga beta-agonista muito conhecida é a adrenalina, que existe naturalmente no nosso organismo e que é libertada quando estamos sujeitos a situações de grande tensão (é por isso que, quando ameaçados ou em perigo, o homem consegue faz certas proezas ou utilizar certa força que normalmente não conseguiria usar). Este grupo de drogas é conhecido pela sua capacidade de controlar a distribuição de fibras musculares e de aumentar o ritmo cardíaco, aumentando o fluxo de sangue para músculos e cérebro. Como efeito secundário prejudiciais tem o aparecimento de insônias, agressividade, tremores e náuseas, falta de concentração, distúrbios psíquicos, aumento da pressão arterial, problemas cardiovasculares.

Antes de experimentar e usar, pare para pensar e lembre-se! Você é o único responsável por suas escolhas.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Judô - Benefício Para Epilépticos


Baseado nos artigos: Judô e epilepsia - Douglas Vieira (1) e Epilepsia e decisão Medico-desportiva - Drs. Jorge Ruivo e Anabela Valadas (2)

O judô é um esporte tradicional, popular e praticado por indivíduos de diferentes raças, origens, faixas etárias e classes sociais que teve sua origem quando o Professor Jigoro Kano procurou sistematizar as técnicas de uma arte marcial japonesa, conhecida como Jujitsu, fundamentando sua prática em princípios filosóficos bem definidos, a fim de torná-la um meio eficaz para o aprimoramento do físico, do intelecto e do caráter, num processo de aperfeiçoamento do ser humano.

Jigoro Kano transformou a arte marcial do antigo Jujitsu no Judô, em que através do treinamento dos métodos de ataque e defesa pode-se adquirir qualidades mais favoráveis à vida do homem sob três aspectos: condicionamento físico, espírito de luta e atitude moral autêntica.

Além disso, uma questão de extrema importância também foi criteriosamente estudada e desenvolvida por Jigoro Kano. Quando na preparação para o lançamento do seu estilo de luta, o Professor Kano deu especial atenção para a integridade física do atleta. Dentro de seu ideal de luta esportiva, Kano procurou eliminar as técnicas perigosas e na impossibilidade de eliminar as quedas, consequência natural dos golpes de arremesso, aperfeiçoou técnicas que praticamente anulam as possibilidades de acidentes. A prática do ukemi (quedas ou formas de cair ou de ser projetado) proporciona aos judocas um excelente senso de equilíbrio e proteção, mesmo para uma queda fora do tatame que, por pior que seja, terá seus efeitos diminuídos ou anulados.

Até o momento, nenhum estudo na literatura abordou com exatidão a relação entre epilepsia e a prática de judô.

O termo epilepsia refere-se a um distúrbio da atividade cerebral caracterizada pela ocorrência periódica e espontânea de crises epilépticas, decorrentes da descarga excessiva e sincronizada da rede neuronal, acompanhada de manifestações comportamentais. Essas crises podem surgir espontaneamente ou ser desencadeadas por situações como: febre, distúrbio eletrolítico, intoxicação, doenças degenerativas e alterações vasculares. A epilepsia não é, portanto, uma doença específica ou uma única síndrome, ela representa um grupo complexo de distúrbios decorrentes de funções cerebrais alteradas que podem ser secundárias a um grande número de processos patológicos.

Apesar da crescente promoção do exercício físico e do esporte num contexto terapêutico, a sua adoção a nível de subpopulações clínicas é heterogênea. São poucos os doentes epilépticos que incorporam exercícios físicos na sua rotina diária, apesar dos seus benefícios. Muitas vezes tal fato deve-se a restrição (indevida) médica ou dos pais, o que condiciona uma menor aptidão física por parte destes indivíduos. Durante muitos anos houve a tendência para desencorajar os epilépticos da prática de exercícios físicos por receio que este pudesse exacerbar a doença. Atualmente existem estudos que demonstram que o indivíduo epiléptico, com um bom controle das crises, pode participar em esportes sem aumentar a frequência ou gravidade das crises epilépticas, ou mesmo se beneficiar de um melhor controle da sua doença. O resumo da evidência científica que se faz em seguida pretende contribuir para o passo mais importante: a individualização da decisão médico-desportiva após análise dos riscos/benefícios A maior parte dos estudos apontam para a diminuição de crises com a prática regular de exercícios físicos conferindo um efeito protetor aos pacientes com epilepsia. No primeiro estudo no qual avaliaram o efeito de um programa de atividade física com uma duração de 12 semanas em 14 pacientes com epilepsia foi verificado que o exercício moderado influenciou positivamente o comportamento dos pacientes e não apresentou impacto sobre a frequência de crises dos mesmos, sugerindo que a prática de atividade física deve ser incentivada para os indivíduos com epilepsia. Em outro estudo, o grupo de pesquisa do autor (1) avaliou os hábitos esportivos de 100 pacientes com epilepsia e constatou que, apesar dos indivíduos com epilepsia não praticarem atividade física regularmente, a grande maioria acredita que a atividade física influencia positivamente o tratamento da epilepsia. Além disso, salientamos que entre as modalidades esportivas praticadas com maior frequência pelos indivíduos com epilepsia destaca-se o futebol, a natação, a ginástica, o vôlei e a bicicleta. Dessa forma, acreditamos que os pacientes com epilepsia (com controle total de crises, com ou sem o uso de medicação antiepiléptica) devem ser encorajados pelos seus médicos neurologistas à prática do judô, pois além de poderem apresentar uma significativa melhora cognitiva, a prática deste esporte também poderá auxiliar favoravelmente o controle desta síndrome neurológica.

Apesar do efeito favorável da atividade física sobre a saúde ser inquestionável, programas de exercício físico para indivíduos com epilepsia é ainda assunto de controvérsia. Uma atitude superprotetora em relação às pessoas com epilepsia normalmente evita sua participação em atividades esportivas. Esta relutância dos indivíduos com epilepsia e de seus familiares é devida, em parte, pelo medo de que o exercício poderá causar crises ou pelo receio de ocorrência de lesões durante o exercício. Dessa forma, a principal preocupação das pessoas com epilepsia em relação ao exercício físico resume-se na possibilidade deste atuar como fator indutor de crises ou aumentar a frequência das mesmas após o início de um programa de treinamento físico. As crises podem ocorrer durante o exercício, no entanto, com uma frequência bastante reduzida ou em casos específicos. Nesse sentido, indivíduos com epilepsia podem ter os mesmos benefícios de um programa de treinamento físico que qualquer outra pessoa: aumento da capacidade aeróbia máxima, aumento da capacidade de trabalho, frequência cardíaca reduzida para um mesmo nível de esforço, redução de peso com redução de gordura corporal e aumento da autoestima.

A maioria dos esportes são seguros para os epilépticos. As atividades aeróbias, como corrida, ciclismo, basquetebol, podem ser recomendadas sem restrições. Os esportes de contato, como por exemplo o boxe não induzem crises e a sua participação não deve ser restringida. Curiosamente, relatos recentes indicam que a participação em artes marciais como o judô podem inclusive ser benéficas para o controle da doença Pelo fato de se encontrar um efeito positivo nos estudos experimentais e clínicos que avaliaram o efeito do exercício físico nas epilepsias, a atividade física em geral não deve ser considerada um fator indutor de crises epilépticas. Além da discussão sobre a influência da atividade física na frequência de crises, conhecendo que a atividade física proporciona efeitos benéficos tanto físicos quanto psicológicos em pessoas com epilepsia, parece justificável encorajar as pessoas com epilepsia a participarem de um programa de exercício físico regular, dentre os quais o judô se inclui. Obviamente que uma série de estudos ainda deve ser realizado com o intuito de esclarecer com maior exatidão a relação entre atividade física e epilepsia. No entanto, o médico neurologista deve sempre oferecer ao paciente as possibilidades existentes de tratamento e informá-los de uma forma precisa, coerente e baseada na literatura médica atualizada sobre a possibilidade ou não da prática de atividade física. Finalmente, com relação ao judô, a decisão final deverá ocorrer após um consenso entre as partes envolvidas, isto é, o médico, o sensei (professor de judô), o paciente e seus familiares.

(1) Douglas Vieira, vice-campeão olímpico em Los Angeles 1984 e técnico da seleção Sub 20 feminina, obteve um 2009 o título de mestre com a tese "Conhecimento sobre epilepsia entre estudantes de educação física na cidade de São Paulo. O programa de mestrado foi feito em Neurologia/Neurociências da Universidade Federação de São Paulo, Escola Paulista de Medicina, com a orientação do Professor Doutor Ricardo Mario Arida e coorientado pelo Professor Doutor Fulvio Alexandre Scorza.
(2) Departamento de medicina desportiva, Clinica das Conchas, Serviço de Medicina, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Serviço de Neurologia, Hospital de São Bernardo, Setubal, Portugal.