domingo, 27 de setembro de 2015

Será verdade? As leis de Murphy no judô.





A Lei de Murphy. O criador dessa lei foi o capitão da Força Aérea americana, Edward Murphy, e também foi a primeira vítima conhecida de sua própria lei. Ele era um dos engenheiros envolvidos nos testes sobre os efeitos da desaceleração rápida em piloto de aeronaves.

Para poder fazer essa medição, construiu um equipamento que registrava os batimentos cardíacos e a respiração dos pilotos. O aparelho foi instalado por um técnico, mas simplesmente ocorreu uma pane, com isso Murphy foi chamado para consertar o equipamento, descobriu que a instalação estava toda errada, daí formulou a sua lei que dizia: “Se alguma coisa tem a mais remota chance de dar errado, certamente dará”.

A Lei de Murphy não prova nada, não explica nada. Simplesmente expressa uma máxima: que as coisas vão dar errado. Mas nós esquecemos de que há outras forças em ação quando falamos da Lei de Murphy. Supostamente, foi o escritor Rudyard Kipling quem disse que não interessa quantas vezes você derruba uma fatia de pão no chão, pois ela sempre cai com a manteiga para baixo. Kipling, autor de "O Livro da Selva" entre outros, fez uma observação que a maioria de nós sabe: a vida é difícil, quase ao ponto de ser engraçada.

Mas quanto à fatia de pão com manteiga, devemos levar em conta o fato de que um lado está mais pesado que o outro. Significa que no seu caminho até o chão, o lado mais pesado vai virar para baixo graças à gravidade, e não vai virar para cima de volta justamente por causa da gravidade. Afinal o lado da manteiga é mais pesado do que o lado sem manteiga. Então Kipling estava certo - uma fatia de pão com manteiga vai sempre cair com a manteiga para baixo.

Abaixo estão listados os dez princípios científicos estudados que se aplicam às artes marciais, principalmente ao judô, sob a máxima de que: "Tudo que pode dar errado, dá ou dará errado:”

1 - O fraco adversário que não foi eliminado do torneio por sorte, de repente, se transforma em Bruce Lee quando tem que lutar com você.

2 - O árbitro sempre estará olhando para o outro lado quando você aplicar os seus golpes perfeitos.

3 - Você terá problemas com o cadarço de suas calças de judô quando houver visitas e estiverem presentes os membros do sexo oposto.

4 - No dia que você consegue deixar o trabalho ou a escola mais cedo para chegar a tempo antes do inicio do treino para tirar uma dúvida, o Sensei vai faltar por estar doente.

5 - O Sensei só vai usá-lo durante as demonstrações de técnicas comuns de imobilização, as técnicas difíceis serão feitas com os outros.

6 - Após uma demonstração impecável, você vai tropeçar e cair quando estiver voltando para o seu lugar.

7 - Após anos de treinamento sem uma única lesão, você vai puxar um músculo da virilha na noite anterior ao seu exame de faixa.

8 – O golpe preferido e único bem aplicado pelo seu adversário é aquele em que o contragolpe foi ensinado no dia em que você faltou.


9 - Não importa quantas vezes você foi ao banheiro antes de seu exame de faixa, mas você invariavelmente estará lá quando chegar a sua vez de ser chamado.

10 - Se você tem que usar seu treinamento em auto-defesa, o pai de seu atacante será um advogado.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Judô: KIAIIIIIII !!!! (O Grito)


Baseado em "Enciclopédia das Artes Marciais” publicado por Rafhael Sampaio em "Judô no Kenkiu"



Para aqueles que nunca tiveram contato com artes marciais, muito provavelmente estranharão o fato de os praticantes emitirem constantemente gritos enérgicos no desenvolver de suas ações, sejam elas de combate ou técnicas de treinamento. No Kendo isso é bastante verdadeiro e um espectador desavisado pode se espantar com a presença constante e obrigatória do kiai durante a prática.

Atletas de várias modalidades desportivas que utilizam da potência muscular gritam durante a execução do movimento, geralmente no momento de maior força. Este grito é muito utilizado em artes marciais como karate, Shaolin kung-fu e judô.

Os atletas de arte marcial usam o grito para promover suas performances aumentando a força e a técnica. Atletas de judô, geralmente no ato de realização das técnicas gritam, este grito é conhecido no esporte como kiai, que literalmente significa “convergência de espírito” que expressa a harmonia entre o corpo e a mente.

Alguns autores sugerem de forma empírica a existência do aumento de força na execução de movimentos de explosão muscular combinados com o grito do kiai, completando que este grito torna os músculos abdominais tensos pelo esforço extra e concentra a força para o instante específico da ação de derrubar o adversário. Ainda não foram verificados na literatura estudos sistematizados que comprovem o aumento de força ou do sinal eletromiográfico durante o grito do kiai.

Fisiologicamente poderíamos defini-lo como uma contração do diafragma com a qual acompanhamos um ataque ou defesa particularmente intensa. Em virtude da mesma expulsamos violentamente o ar retido nos pulmões, produzindo nesse instante um grito breve e profundo.

Na realidade este sistema de energia extra um fato comum em várias atividades que requerem um esforço final, pois com ele se consegue juntar todos os mecanismos musculares e articulares que atuam ao uníssono a partir de um sinal, ao mesmo tempo que se consegue eliminar uma câmara de ar que formaria um colchão absorvente do nosso esforço ao ser provocada a reação do objeto pelo choque da nossa ação.

Além de aproximar-nos ao objetivo, conseguimos provocar no adversário um "choque emotivo" que se traduz num fechar momentâneo dos seus olhos, numa taquicardia e descida da pressão arterial, dificultando-lhe assim o seu desempenho.

No entanto, esta mera análise externa não nos oferece nem a essência nem o significado real do grito nas artes marciais. Etimologicamente kiai (ki = espírito, ai = união) e ki-hap (ki = energia e hap = concentração) nos indicam a conjunção que se pretende conseguir e que não se limita a um mero mecanismo físico ou a um gesto surpreendente para ofuscar o contrário.

O grito pretende libertar a energia inerente do nosso organismo e que como força vital pertencente ao universo acumulamos no tandem, para desta forma conhecida e controlada, ser projetada junto às nossas ações. Mas mesmo tendo em consideração estas premissas doutrinais não devemos pretender alcançar o significado do grito só através de uma manifestação externa e vigorosa, como a de um grito, ou mediante a conjunção de forças implacáveis.

A atitude do grito deve oferecer uma profundidade psíquica íntima e pessoal ao mesmo tempo que intransmissível, a qual se inicia ao vencermos a nós mesmos, pois somos ao mesmo tempo o mais fiel aliado e o pior inimigo, para depois projetar-nos vencendo o contrário antes mesmo do grito, através do poder silencioso do próprio domínio. Conseguir este silêncio interno e poderoso será a causa de uma liberação (grito) intensa e oportuna, sendo o desenvolvimento e cultivo de ambos a base de início do caminho.

Há estudos que comprovam que determinada técnica de kiai potencializa a força de um golpe, agindo aí de forma motivadora para despertar e descarregar toda agressividade necessária para abater um oponente. .No entanto, existem técnicas respiratórias específicas para emitir o kiai de forma considerada adequada. O uso de respiração abdominal se faz necessário para prolongar o kiai, sendo que é desaconselhável apenas gritar usando a força das cordas vocais. É isso que os Sensei querem dizer com o “kiai tem que vir da barriga, de dentro”. Na verdade, a contração do diafragma, na altura do tanden (região abdominal 3 ou 4 dedos abaixo do umbigo), acompanhada da expiração e emissão do som é o princípio básico da técnica.

A devida preparação mental também é importante, pois gritar por gritar qualquer um faz, mas demonstrar força, presença e sentimento combativo frente a um adversário é o fator decisivo para um bom kiai.