quinta-feira, 25 de junho de 2015

O Judô no Brasil


As primeiras referências que encontramos quanto à introdução do Judô no Brasil, datam de muitos anos após a criação desta arte-esporte no Japão, pelo mestre Jigoro Kano.

A história do judô no Brasil é tão antiga quanto a presença japonesa em nosso território. A arte marcial desembarcou por aqui junto com os primeiros imigrantes nipônicos vindos no navio Kasato Maru, que ancorou no Porto de Santos, litoral paulista, em 18 de junho 1908. Com os recém-chegados, o judô subiu a serra e foi parar nas fazendas de café do interior do Estado de São Paulo, onde muitos dos imigrantes trabalharam como lavradores. Nas fazendas, os japoneses formavam suas colônias e dentro delas, restritamente, cultivavam inúmeros hábitos típicos de sua terra natal; entre os quais, a prática do judô. Assim como os outros hábitos, o cultivo do judô dentro da colônia japonesa servia para que matassem a saudade da Terra do Sol Nascente. Mas nesse primeiro momento não havia a intenção de compartilhar a arte marcial com os brasileiros.

Com referência ao judô, entretanto não há registros de nomes, datas ou locais. Mas foi no início dos anos vinte que o judô chegou ao Brasil, impressionando os esportistas pela facilidade com que se venciam os desafios feitos aos nossos lutadores, há ainda quem cite um certo professor Miura que teria ensinado judô em nossa pátria por volta de 1903.

A multiplicidade de datas pela forma como foi introduzido o judô em nosso país é difícil de explicar, pois de um lado há uma corrente formada pelos pioneiros do Kasato Maru e subseqüentes, que se dedicando a outros misteres, principalmente a agricultura, faziam do judô um derivativo, uma atividade social, uma forma de manter laços e apagar a saudade da pátria longínqua. Poderia se dizer que praticavam um judô localizado, restrito a pequenos grupos e sem fins lucrativos. O primeiro registro com referência a esse grupo iriam para Tatsuo Okoshi, que chegou ao Brasil em 1924, seguindo-se Katsutoshi Naito, Sobei Tani, Ryuzo Ogawa e outros mais.

Por outro lado, o verdadeiro impulso foi no inicio da década de vinte, através de outra corrente onde estavam os "lutadores", isto é, aqueles que lançando e aceitando desafios, lutando publicamente, além de buscarem a implantação do judô entre nós, faziam disso uma forma de subsistência ou complementação financeira. Entre este colocaríamos Eisei Mitsuyo Maeda (Conde Koma) e Soishiro (Shinjiro) Satake, alunos de Jigoro Kano, Takagi Saigo, Geo Omori, Yasuichi Ono. O início do judô no Brasil ocorreu sem instituições organizadoras. Apenas na década de 1920 e início dos anos 1930 chegaram ao Brasil os imigrantes que conseguiram organizar as práticas do judô e kendô no país.

A primazia pode realmente estar com os japoneses do Kasato Maru, entretanto a forma mais válida e que melhores resultados trouxeram na época foi à atuação dos lutadores, que atingiam com seus espetáculos um número bem maior e de forma mais positiva os possíveis interessados. Com o passar do tempo essa situação inverteu-se, já não mais havendo os espetáculos como eram proporcionados naqueles tempos. Assim se uns chegaram primeiro, os outros atuaram de forma mais objetiva e eficiente para a implantação do judô naquela época.

Foi em 1914 que chegou ao Brasil Eisei Mitsuyo Maeda, tendo ele a seu crédito o primeiro registro nos anais da história do judô brasileiro, aceitando desafios e ganhando todos, promovendo assim esse esporte. Radicou-se finalmente em Belém do Pará, onde montou sua escola com algum sucesso.
Maeda nasceu em 18 de novembro de 1878, no povoado de Funazawa, cidade de Hirosaki, provincia de Aomori, (bem ao norte da ilha de Honshu) e não era de origem nobre. Frequentou a escola Kenritsu Itiu (atualmente Hirokou — uma escola de Hirosaki). Quando criança era conhecido como Hideyo. Quando adolescente, praticou sumô, mas sentia que faltava o ideal para prosseguir nesse esporte. Por este motivo e devido ao interesse gerado pelas notícias sobre o sucesso do judô, principalmente em competições entre judô e jiu-jitsu no qual na maioria das vezes o judô ganhava que estavam ocorrendo naquela época, ele então mudou para esse esporte. Em 1894, aos dezessete anos de idade, seus pais lhe enviaram a Tóquio para se matricular na Universidade de Waseda, onde começou no ano seguinte, a praticar o judô do Kodokan (numa tradução adaptada Instituto de Estudos do Judô).

Ao chegar no Kodokan, Maeda, com 1,64 m de altura e 64 kg, foi confundido com um garoto de entrega, devido a sua origem, tamanho e maneira que com se comportava. Então, o fundador do judô, Jigoro Kano prontamente lhe enviou à Tsunejiro Tomita (4 º dan), que era o menor dos professores do Kodokan. Essa atitude foi uma medida tomada para mostrar que, no judô, o tamanho não era importante. O sensei Tomita foi o primeiro judoca do Kodokan e era um amigo próximo de Jigoro Kano. Segundo a Koyassu Massao (9 º dan): "Entre os quatro do Kodokan, foi Tomita que recebeu a maior quantidade dos ensinamentos do sensei Jigoro Kano ... isso por que Tomita não foi um tão bem sucedido lutador como Saigo, Yamashita e Yokoyama, mas, foi excepcionalmente aplicado nos estudos, e foi também fluente em língua inglesa ...

Embora um dos mais fracos do Kodokan, Tomita era capaz de derrotar o grande campeão de jiu-jitsu desse tempo, Hansuke Nakamura, do estilo tenjin shinyō-ryū.

Juntamente com Soishiro Satake, Maeda foi um dos que encabeçaram a segunda geração do Kodokan, que substituiu a primeira até o início do século XX. Satake, com 1,75 m e 80 kg, era inigualável no sumô amador, mas admitiu que ele próprio não foi capaz de igualar a Maeda no judô. Satake, mais tarde, viajou a América do Sul com Maeda e se estabeleceram em Manaus, Amazonas, enquanto Maeda continuou viajando. Satake se tornaria o fundador, em 1914, da primeira academia historicamente registrada no Brasil. Ele e Maeda são considerados os pioneiros do judô no Brasil.

Naquela época, havia poucos graduados no Kodokan. Maeda e Satake foram os primeiros professores graduados na Universidade de Waseda, ambos sandan (3º dan), juntamente com Matsuhiro Ritaro (nidan ou 2º dan) e seis outros shodans(1º dan). Kyuzo Mifune, matriculado no Kodokan em 1903, atraiu a atenção de Maeda, que comentou: "Você é forte e competente, portanto, certamente vai deixar a sua marca no Kodokan..." No entanto, Mifune teve aulas com Sakujiro Yokoyama. Mais tarde, Mifune disse a Maeda que suas palavras foram fundamentais e de um grande incentivo para ele, e que ele tinha Maeda como a maior admiração, embora Yokoyama fosse seu sensei (instrutor).

De acordo com Mifune, em 1904, Maeda perdeu para Yoshitake Yoshio, depois de derrotar três adversários em sucessão, mas em uma sequência tsukinami shiai derrotou oito adversários em seguida e recebeu a categoria de 4º dan (yondan). Ainda em 1904, Mestre Jigoro Kano aconselhou Maeda a viajar para os Estados Unidos a fim de mostrar aos americanos as habilidades das artes marciais japonesas. Antes de partir, recebeu o quarto grau das mãos de seu mestre. Tomita, Maeda e Satake partiram de Yokohama, em 16 de novembro de 1904, e chegaram a Nova York no dia 8 de dezembro de 1904. Quando Maeda deixou o Japão, o Judô era ainda conhecido como “Kano Ju-Jutsu" ou ainda, mais genericamente apenas “Ju-Jutsu”.


Yasuichi Ono, Soishiro Satake, Tokugoro Ito e Mitsuyo Maeda em 1912

Maeda viajou para diversos locais realizando lutas e demonstrações, entre eles: a Espanha, Rússia, Alemanha, Itália e Inglaterra, México, Cuba, América Central e a América do Sul em 1913 e 1914.

Mifune, afirmou que Maeda foi um dos maiores promotores do judô, não através de ensinamentos, mas através de seus combates, muitos destes, com competidores de outras disciplinas.7 Maeda tratava alunos experientes e inexperientes, da mesma forma, tratando-os como se fosse um combate real. Ele argumentou que esse comportamento era uma medida de respeito para com seus alunos, mas foi muitas vezes incompreendido e assustou muitos jovens, que o abandonavam em favor de outros professores.

De acordo com uma cópia do passaporte de Maeda fornecido por Gotta Tsutsumi, presidente da Associação Paramazônica Nipako de Belém, Maeda chegou ao Brasil, vindo da Argentina, pela cidade de Porto Alegre, estado do Rio Grande do Sul, em 14 de novembro de 1914, porém a história contada no site da CBJJ que foi na cidade de Santos São Paulo onde ele desembarcou primeiro ao chegar no Brasil. Foi na própria Porto Alegre que fizeram, então, sua primeira demonstração de judô. Depois disso, Maeda e seus companheiros se apresentaram ao longo do país: passando por Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife, São Luiz, Belém. Em 18 de dezembro de 1915 em Manaus. Em 20 de dezembro de 1915, chegaram a Belém, onde se apresentaram no Theatro Politheama. Na ocasião da primeira apresentação em Belém, o jornal da cidade "O Tempo", anunciou o evento, afirmando que "Conde Koma" iria mostrar as principais técnicas do "jiu-jitsu" exceto aqueles proibidos. Maeda também demonstrou técnicas de auto-defesa. Depois disso, o grupo começou a aceitar desafios da multidão, e a pedido de todos, houve uma luta "sensacional" de "jiu-jitsu" entre Shimitsu, campeão da Argentina, e Laku, militar peruano e professor.

Em 22 de dezembro de 1915, de acordo com o jornal "O Tempo", Maeda enfrentou Satake, numa "sensacional luta". No mesmo dia, Nagib Assef, um campeão australiano de origem turca de luta greco-romana, desafiou Maeda, que não quis lutar na ocasião. Em 24 de dezembro de 1915, Maeda derrotou em segundos o pugilista Barbadiano Adolpho Corbiniano, que se tornou um dos seus discípulos. Em 3 de janeiro de 1916, no Theatro Politheama, Maeda finalmente lutou contra Nagib Assef, que foi jogado por Conde Koma, para fora do palco. Em 8 de janeiro de 1916, Maeda, Okura e Shimitsu embarcaram no SS Antony, que partiu para Liverpool. Ito Tokugoro foi para Los Angeles. Satake e Laku foram para Manaus, onde ensinariam jiu-jitsu. Após 15 anos juntos, Maeda e Satake haviam finalmente se separado. Desta última viagem, pouco se sabe. Maeda viajou da Inglaterra para Portugal, depois foi para Espanha e, em seguida, para França, voltando para o Brasil em 1917 sozinho. De volta ao Brasil, Maeda fixou-se em Belém do Pará, onde casou com May Iris. Depois adotou Celeste e Clívia, suas únicas filhas.


Maeda, May Iris e uma das filhas

Em 1917 Carlos Gracie, 14 anos, filho de Gastão Gracie, assistiu a uma demonstração dada por Maeda, no Teatro da Paz, e decidiu aprender judo (conhecido na época como "kano jiu-jitsu"). Maeda aceitou Carlos como um estudante. Carlos passou, então, a ser um grande expoente da arte e, finalmente, com o seu irmão mais novo, Hélio Gracie, tornou-se o fundador do gracie jiu-jitsu, ou modernamente chamado de "brazilian jiu-jitsu" ou, "jiu-jitsu brasileiro". Entre estes alunos, estava também Luiz França que, mais tarde seria mestre de Oswaldo Fadda. Ambos seriam os responsáveis pelo surgimento de outro ramo do jiu-jitsu no Brasil.

Maeda era popular no Brasil, e reconhecido como um grande lutador, mas ele lutou apenas esporadicamente após o seu retorno. Entre os ano de 1918-1919, Maeda aceitou um desafio do famoso capoeirista brasileiro conhecido como "Pé de Bola". Maeda, permitiu até que Pé de Bola usasse uma faca na luta. O capoeirista tinha 1,90 m de altura e pesava 100 kg. Mas, mesmo armado, Maeda venceu a luta facilmente usando o judô. Em 1921, Maeda fundou sua primeira academia judô no Brasil no Clube do Remo, bairro da cidade velha, e sua construção foi num galpão de 4m x 4m. Mais tarde, a escola foi transferida para a sede do Corpo de Bombeiros, e depois para a sede da Igreja de Nossa Senhora de Aparecida. Desde 1991, a Academia situa-se no SESI, a saber, é dirigida pelo sensei Alfredo Mendes Coimbra, da terceira geração de descendentes do Conde Koma.

Em 18 de setembro de 1921, Maeda, Satake, e Okura foram brevemente para Nova York. Eles estavam a bordo do navio a vapor Booth Line SS Polycarp. Todos os três homens foram listados em suas profissões como professores de "juitso". Depois de deixar Nova York, os três homens foram para o Caribe, onde permaneceram de setembro a dezembro de 1921. Em algum ponto nesta viagem, Maeda foi acompanhado por sua esposa. Em Havana, Satake e Maeda participaram de alguns torneios. Seus adversários incluíram Paul Alvarez, que lutou como "Español Icognito". Alvarez derrotou Satake e Yako Okura, antes de ser derrotado por Maeda. Maeda também derrotou um boxeador cubano chamado Jose Ibarra, e um lutador francês chamado Fournier.

Na década de 20 Maeda se envolveu na ajuda a imigrantes japoneses perto de Tomé-Açu, quando teve início o processo da imigração japonesa, participou ativamente do projeto servindo como intérprete e mediador do interesse japonês e do governo do estado. Continuou também a ensinar o judô, principalmente para os filhos dos imigrantes japoneses. Em dezembro de 1928 quando foi fundada em Belém a Companhia Nipônica de Plantações do Brasil S/A, fez parte da sua diretoria assumindo o cargo de conselheiro fiscal. Que foi parte de uma grande extensão da Floresta Amazônica reservada para o estabelecimento de japoneses pelo governo brasileiro. No inicio as lavouras cultivadas pelos japoneses não eram populares entre os brasileiros, na época, a colônia de imigrantes japoneses foi vista pelos antinipônicos como estratégia do Império do Japão em utilizar seus imigrantes instalados em "verdadeiros latifúndios" para promover, no futuro, o domínio político e militar sobre o Brasil.

Em 1929, o Kodokan lhe promoveu ao sexto dan. Em 11 de março de 1930, naturalizou-se brasileiro com o nome de Otávio Mitsuyo Maeda. E em 27 de novembro de 1941, o Kodokan lhe promoveu ao sétimo dan. Mas Maeda nunca soube desta promoção, porque faleceu em Belém, em 28 de novembro de 1941, aos 63 anos. A causa da morte foi doença renal, sendo sepultado no cemitério Santa Isabel. Em maio de 1956, um memorial para Maeda foi erguido em Hirosaki, Japão. Cerimônia de inauguração contou com a presença de Risei Kano e Kaichiro Samura.

Ainda em 1924 ou 1925 chega Takagi Saigo, instalando-se em São Paulo e como não obteve bons resultados, prontamente voltou ao Japão.

Nessa mesma época chegou também Tatsuo Okoshi, membro do Kodokan e kodansha (nono dan, faixa vermelha, distinção máxima do esporte), que teve participação bem maior no desenvolvimento do judô brasileiro. Foi o fundador e primeiro presidente no Brasil da Associação dos Faixas Pretas do Kodokan e em 1958, também ajudaria a fundar e seria o primeiro diretor técnico da Federação Paulista de Judô (FPJ), a primeira federação estadual do País.

Mas Okoshi teve muita ajuda. E um dos seus aliados na difusão do esporte foi a chegada, em 1928, foi de Katsuoshi Naito, 7º dan, que se radicou em Suzano, São Paulo. Sua participação na organização e consolidação do nosso judô foi marcante. Ocupou pela primeira vez a função de diretor do departamento de judô da Federação Paulista de Pugilismo, então mentora oficial do nosso esporte, antes da fundação da Federação de Judô. Por estar numa cidade do interior, Naito era a principal figura do que à época se chamava Kodokan do interior, enquanto Okoshi era o homem-forte do kodokan da capital.

Seria também em 1928 que chegou Geo Omori, lutador extraordinário, que lançando e aceitando desafios, muitos deles no antigo Circo Queirolo, em São Paulo, a exemplo de Mitsuyo Maeda, ganhava sempre e assim chamando a atenção e contribuindo à sua maneira para manter viva a tênue chama que mais tarde viria transformar-se num dos maiores esportes brasileiros.

Outro a chegar em 1928 foi Yasuichi Ono, então 3º dan, que também aceitando desafios e trabalhando com extrema dedicação pelo judô, fez jus a que seu nome fosse inscrito com todo mérito e justiça nas páginas da história do nosso esporte. Em 1932 abre a sua primeira academia, mãe de muitas outras que prosperaram e dão continuidade ao trabalho do grande mestre, hoje 9º dan.

Somente nas décadas de 1930 e 1940 alguns professores se dedicaram à divulgação e à prática do judô, com a corrente migratória japonesa que se instalava em São Paulo, muitos outros mestres surgiram iniciando a prática do judô nas colônias interioranas de São Paulo, na Cidade do Rio de Janeiro, na Baixada Fluminense e em Itajaí.

Grandes mestres se destacaram, mas, persistiam alguns mantendo a antiga denominação de ju-jutsu, originando discussões, dissociando uma denominação da outra, obrigando aqueles que se empenhavam na divulgação do judô a um exaustivo trabalho de doutrinação chegando, muitas vezes, ao extremo de aceitar desafios, para confronto entre seus participantes. Ainda na década de 1930, mais precisamente em 1931 chega Sobei Tani, 6º dan, estabelecendo-se com sua academia em Jaraguá, São Paulo, de onde saíram grandes campeões como os irmãos Shiozawa, Koki Tani e outros. Outros mais foram chegando e localizando-se no interior, levando para diversas regiões onde a imigração japonesa era mais intensa, o esporte que só mais tarde iria frutificar e tornar-se popular. Chegava ainda ao Brasil em 1934 o mestre Ryuzo Ogawa, 8º dan, fundando a academia Ogawa (Budokan), com o único objetivo de aprimorar a cultura física, moral e espiritual, através do esporte de quimono (keikogi), obedecendo aos princípios morais e filosóficos pregados pelo mestre Jigoro Kano. Não se poderá deixar de reconhecer que o grande passo para o crescimento do judô no Brasil foi iniciado com o mestre Ogawa, em 1938, quando o mesmo juntamente com um grupo de idealistas oriundos do longínquo Japão, começaram um trabalho de amplos ideais, que visava projetar este nosso esporte na preferência dos brasileiros, separando-o definitivamente do ju-jutsu. Esse trabalho foi à conquista final para a confirmação do judô no Brasil, sobrepondo-se ao ju-jutsu e expandindo-se rapidamente para o interior, onde em algumas regiões, embora muito discretamente já era praticado. Com a mesma intensidade e rapidez investiu também para outros estados, alastrando-se praticamente por todo Brasil.

Na década de 1940 consolida-se o prestígio do judô em todo o Brasil, esclarecidas as dúvidas quanto às suas origens do antigo ju-jutsu, propagando-se a sua prática no Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, dentre outros estados, fundando-se novas academias e crescendo o número de seus praticantes.

Assim a mercê do esforço e dedicação de japoneses e brasileiros, o judô progride a passos largos. Em São Paulo, no ano de 1951 foi realizado o seu primeiro campeonato oficial. Em 1954 o Rio de Janeiro também realiza o seu. Ainda em 1954, realiza-se o primeiro Campeonato Brasileiro, tendo como sua maior expressão o judoca Massayoshi Kawakami, campeão nas categorias 3º dan e absoluto. Em 1956, o Brasil participa pela primeira vez de uma competição no exterior, mais precisamente do II Campeonato Pan-Americano, realizado em Cuba, ficando em honroso segundo lugar. Formavam a equipe os judocas Massayoshi Kawakami, Sunji Hinata, Augusto Cordeiro, Luiz Alberto Mendonça, Hikari Kurachi e Milton Rossi.

Continuando com mais força nos anos 50 o já vigoroso crescimento da década de 40, necessário se faz à criação de um órgão mentor para dirigir, coordenar as atividades judoísticas em franco desenvolvimento. Para essa coordenação funda São Paulo a sua federação em 17 de abril de 1958, e o Rio de Janeiro em 09 de agosto de 1962. Dirigia na época o judô no Brasil a Confederação Brasileira de Pugilismo. Dia a dia acentuava-se a necessidade de um órgão nascido nos próprios meios judoísticos, dedicando-se exclusivamente ao judô, que o representasse a nível nacional e internacional. Assim em 18 de março de 1969 foi fundada a Confederação Brasileira de Judô, tendo como seu primeiro presidente Paschoal Segreto Sobrinho.

Em 22 de fevereiro de 1972, foi a Confederação Brasileira de Judô reconhecida oficialmente, sendo então o seu presidente até o início de 1979, Augusto de Oliveira Cordeiro.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Judô: Kimono – Parte 1 - História e Características


Quem já viu ou participa de uma competição ou treino de judô, certamente sabe que o kimono é a vestimenta "oficial" no tatame para todo o atleta de judô.
Por definição Kimono em japonês significa literalmente “coisa de vestir”. Fora do Japão essa expressão designa genericamente uma variada gama de peças e que no conjunto formam um visual considerado típico ou tradicional japonês, mas também é sinônimo da peça principal. No Japão, a peça principal que nós chamamos de kimono é chamada de kosode.
Os Kimonos, como conhecemos hoje, surgiram durante o período Heian (794-1192). Desde o período Nara (710-794), até então, os japoneses usaram basicamente conjuntos para separar as peças de cima e as de baixo (calças ou saias), ou peças únicas. Mas no período Heian, uma nova técnica de confecção do kimono foi desenvolvida. Conhecido como o método de corte em linha reta, envolveu o corte de peças de tecido em linhas retas e a costura em uma peça única. Com esta técnica, os fabricantes de kimono não precisavam se preocupar com a forma do corpo dos diferentes usuários.
O método de corte em linha reta ofereceu muitas vantagens aos kimonos. Eles eram fáceis de pregar e muito adequados para qualquer temperatura: poderiam ser usados em camadas para aquecer no inverno, e poderiam ser feitos em tecidos leves, tornando-se confortáveis para o verão. Essas vantagens ajudaram os Kimonos a fazer parte do cotidiano dos japoneses.
Com o passar do tempo, conforme o hábito de usar kimonos em camadas virou moda, os japoneses começaram a prestar atenção no modo como Kimonos de diferentes cores ficariam unidos e desenvolveram uma grande sensibilidade para cores. Basicamente, as combinações de cores representam tanto as cores da estação quanto as classes políticas às quais cada um pertencia. Foi durante esse tempo, que o que conhecemos como “combinação de cores tradicional japonesa” foi criada.
Durante os períodos Kamakura (1192 - 1338) e Muromachi (1338 - 1573), tanto homens como mulheres usaram kimonos brilhantemente coloridos. Os guerreiros vestiam-se com cores que representavam seus líderes e, algumas vezes, o campo de batalha era tão ostentoso quanto um desfile de moda.
Durante o período Edo (1600 - 1868), o clã do guerreiro Tokugawa reinou sobre o Japão. O país estava dividido entre os domínios, liderado pelos senhores feudais. Os samurais de cada domínio eram identificados pelas cores e modelos de seus "uniformes", que eram constituídos por: um kimono, uma peça sem mangas conhecida como kamishimo, usada sobre o kimono, e um hakama, uma calça parecida com uma saia dividida. O kamishimo era feito de linho, engomado para definir melhor os ombros.
Com tantas roupas para samurais precisando ser feitas, os fabricantes de kimono foram aperfeiçoando sua destreza e sua fabricação transformou-se em uma forma de arte. Os kimonos tornaram-se cada vez mais valiosos e os pais começaram a guardá-los para seus filhos, como uma herança de família.
Durante o período Meiji (1868 - 1912), o Japão foi fortemente influenciado por culturas estrangeiras. O governo encorajou as pessoas a adotarem os hábitos e o estilo de se vestir do Oeste Americano. O governo oficial e os militares foram obrigados por lei a usarem esse estilo de roupa para as funções oficiais (essa lei não tem mais efeito atualmente). Para os cidadãos comuns, era uma exigência usar kimono nas ocasiões formais com peças decoradas que trouxessem o escudo da família, para identificar sua procedência. Nos dias de hoje, os japoneses raramente usam kimonos no dia-a-dia, reservando-os para ocasiões como casamentos, funerais, cerimoniais, ou outros eventos especiais, como festivais de verão.
O kimono que é utilizado para a prática de artes marciais em japonês se chama “Dogi” que significa “vestimenta utilizada no caminho escolhido”. Por isso que a maioria das artes marciais tem os seus kimonos com ‘dogi’ ou ‘gi’ no final. Karate-gi, aikido-gi e seguindo essa sequência, o kimono de judô é chamado de judogi, a contração de “judo + dogi”, o que traduzindo livremente seria algo como “uniforme utilizado para a prática do caminho suave”.

O uso do kimono para prática de artes marciais que o adotam como vestimenta é expressamente importante para a boa apresentação da arte. Claro que não podemos esquecer de que os kimonos de hoje em dia são confeccionados exatamente para tal prática, portanto já testado e aprovado para facilitar a mobilidade do praticante durante os exercícios específicos. Pode-se encontrar diferentes tipos de tecidos e materiais utilizados para confeccionar os quimonos: Poliéster, algodão, diferentes tipos de lona, microfibra, enfim, uma imensa variedade que permite ao próprio praticante escolher qual a melhor opção e em que tipo de material ele melhor se adapta. Quatro peças formam o uniforme de judô ou judogui do judoca: Uwagui ou wagui (casaco ou paletó), Shitabaki (calça), Obi (faixa) e ainda o Zori (sandália japonesa ou chinelo) que é de extrema importância para o atleta, pois também é de responsabilidade do atleta manter a higiene do tatame e não entrar com os pés sujos. Evitando que nas técnicas de chão se ‘esfregue a cara’ em sujeira e que o judogui permaneça limpo, além disso, embora não pareça, pode ser extremamente perigoso, pois o tatame estando sujo se alguém se machucar terá seu ferimento exposto à bactérias o que pode levar a uma infecção.


VOU COMPRAR UM KIMONO, O QUE DEVO OBSERVAR?

MATERIAL
Na hora da escolha do seu kimono ou do seu filho (a) lembre-se sempre de que o material deve ser confortável como qualquer outra roupa, além de atentar-se para o tamanho, pois geralmente os kimonos possuem um percentual de encolhimento entre 3% e 5% do tamanho total. Lembre-se também que é um investimento que você estará fazendo, portanto tenha calma pesquisando e, caso necessário, pedindo ajuda a um profissional da área ou seu professor. Pesquise e escolha o kimono de acordo com suas condições e gosto.

TAMANHO
Uma grande dúvida na hora de comprar o kimono de judô é saber o tamanho correto. Como o kimono não tem somente os tamanhos mais utilizados para roupas – P, M, G e GG – foi preciso criar uma tabela de tamanhos para que pudesse ser mais fácil a identificação do tamanho de cada judoca. Essa numeração também é diferente para homens, mulheres e crianças, e para você não se perder mais, basta utilizar essa tabela abaixo, fazendo, se necessário, os devidos ajustes:
INFANTIL
Idade Até 3 anosde 3 até 5 anos de 5 até 7 anos de 7 até 9 anos de 9 até 11 anos de 11 até 13 anos
Tamanho
M00
M0
M1
M2
M3
JR
MASCULINO
AlturaAté 1,70mde 1,70 até 1,80m de 1,80 até 1,90m de 1,90 até 2,00m
PesoAté 65kgde 65 até 80kg de 80 até 95kg de 95 até 110kg
Tamanho
A1
A2
A3
A4
FEMININO
AlturaAté 1,50mde 1,50 até 1,60mde 1,60 até 1,70msw 1,70 até 1,80mde 1,80 até 1,90mde 1,90 até 2,00m
PesoAté 45kgde 45 até 55kg de 55 até 65kg de 65 até 80kgde 80 até 95kgde 95 até 110kg
Tamanho
F1(infantil)
F2(infantil)
F3(adulto)
F4(adulto)
F5(adulto)
F6(adulto)


CARACTERÍSTICAS
Antigamente encontravam-se somente tecidos de lona e mais pesados, tradicionalmente usavam-se esses tipos de kimonos que além de apresentarem maior durabilidade, moldavam-se melhor à definição das bases. Porém, com o passar do tempo, kimonos grossos e pesados foram cedendo lugar aos kimonos mais leves e que permitissem maior facilidade na movimentação dos membros superiores e inferiores.

COR
Apesar dos fornecedores de artes marciais venderem muitos modelos de kimono, as regras oficiais da IFJ dizem que cores devem ser brancas ou azuis. Os kimonos de judo tradicionais são brancos. Porém, para treinamento (dia a dia) é mais vantajoso o uso do kimono azul pois o branco fica logo sujo exigindo lavagens frequentes.


MANUTENÇÃO DO KIMONO

A boa manutenção do kimono também poderá aumentar a durabilidade dele. Um kimono de boa qualidade pode durar de cinco a sete anos em bom estado de uso quando bem cuidado. Aqui estão algumas informações úteis para aumentar a durabilidade do seu:
Pendure seu kimono depois de cada treino.
Jamais deixe ele embolado ou dentro de sua bolsa.
Vire o kimono do avesso na hora de lavar.
Não use alvejante nem detergente com alvejante.
Lave seu kimono antes que ele começe a cheirar mal. Sempre lave-o em água fria. Isto ajudará a tirar manchas de sangue, suor e materiais tingidos. (Água quente irá fixar essas sujeiras no kimono).
Se precisar usar secadora, use em ciclo baixo, tenha sempre em mente que a máquina de secar poderá aumentar o encolhimento do seu kimono. Secar o kimono naturalmente irá aumentar a vida útil dele.

Judô: Kimono - Parte 2 - Normas para Competições



O grande dia chegou, você treinou e agora está em busca da sua medalha. Mas saiba que além das regras do tatame, o seu kimono também precisa seguir algumas regrinhas básicas, no caso das competições brasileiras, os competidores deverão seguir as normas da Confederação Brasileira de Judô e usar um judogui obedecendo as seguintes condições:
:
NORMAS GERAIS PARA CONTROLE DE JUDOGUI - NGCJ

Este documento baseado no JUDOGUI REQUERIMENTS AND JUDOGUI CONTROL PROCEDURE da Federação Internacional de Judô – FIJ, visa estabelecer o padrão nacional para a utilização dos judoguis em competições realizadas pela Confederação Brasileira de Judô - CBJ.

EQUIPAMENTOS - Serão considerados equipamentos para competição de JUDÔ:
Wagui (parte de cima do Judogui)
Shitabaki (calça)
Obi (Faixa)
Patch de identificação do estado

EVENTOS - Onde as regras serão observadas:
Campeonatos Brasileiros Regionais
Campeonatos Brasileiros - Fase Final
Seletivas Nacionais
Troféu Brasil Interclubes
Grand Prix Nacional de Clubes

RESPONSABILIDADE - O controle do equipamento será de responsabilidade do técnico e do atleta.
Se durante a realização do combate a equipe de arbitragem constatar alguma irregularidade o atleta será desclassificado daquela luta por HANSOKUMAKE.
No credenciamento o representante técnico do atleta ou da delegação assinará o termo que comprove estarem, o Judogui (Wagui, Shitabaki) e obi, em conformidade com as normas deste regulamento.

PATCH - É a identificação visual que deverá ser fixada no Judogui de forma padronizada (ver item X).
Cada competição terá seu patch específico que poderá ser enviado às federações antecipadamente (caso 1), ou fixado durante o credenciamento da competição (caso 2).
CASO 1 – Envio antecipado à Federação:
A responsabilidade da fixação do patch será do atleta que deverá se apresentar para competir com o equipamento completo.
CASO 2 – Fixação no evento:
Neste caso a fixação dos patchs será feita no local da competição e os participantes deverão tomar os seguintes cuidados:
Todos os Waguis deverão ser entregues ao mesmo tempo, devidamente identificados com o nome do atleta;
Devem estar limpos, secos e não pode conter nenhum tipo de mancha, inclusive na parte interna e não podem estar rasgados e conter qualquer tipo de identificação (patch) de eventos anteriores;
Obs.: Caso o atleta no momento do combate, não se apresente com o patch da competição, o mesmo será automaticamente desclassificado desta luta.

COMPETIÇÃO: O Wagui e o Shitabaki devem ser da mesma marca (tipo), da mesma cor (todo azul e/ou todo branco), sendo também da mesma tonalidade (não será permitido uso do Wagui novo com Shitabaki desgastado e/ou desbotado, assim como o contrário)
Os Judoguis devem estar limpos, secos e não pode conter nenhum tipo de mancha, inclusive na parte interna;
Os Judoguis não podem estar rasgados;
O uso da identificação (patch) é obrigatório, caso o atleta entre sem será automaticamente desclassificado;
As dimensões do judogui devem estar em conformidade com o presente regulamento;
O controle de medidas será feito com o atleta já equipado com suas proteções e as exigências de medidas devem ser respeitadas. Obs.: Durante o combate, no caso de o judogui rasgar ou ser manchado de sangue, a sua troca será autorizada.

APLICAÇÕES NO JUDOGUI:
PUBLICIDADE E/OU PATROCÍNIO (ver figura 1) - A aplicação de publicidade somente será permitida no Wagui e não serão aceitas aquelas que fizerem menção política, religiosa ou de qualquer outra modalidade esportiva que não o judô, como também aquelas que fizerem a promoção de tabaco, bebidas alcoólicas ou qualquer substância de uso proibido.
Existem 04 locais possíveis para fixação de publicidade e/ou patrocínio e somente serão permitidas no máximo 04 marcas diferentes;
02 sobre os ombros a partir do colarinho podendo ter no máximo 25 cm x 05 cm.
02 nos braços situadas a 25 cm a partir do colarinho (gola) medindo no máximo 10 cm x 10 cm

EMBLEMA (ver figura 2) - Será permitida a aplicação dos emblemas segundo o seguinte critério:
Se Campeonato Brasileiro Regional, Campeonato Brasileiro Fase Final e Seletiva Nacional - No lado Esquerdo do Wagui, na altura do peito com no máximo 100 cm² (10 cm x 10 cm) a logomarca da Federação Estaduale do lado Direito do Wagui, na altura do peito com no máximo 100 cm² (10 cm x 10 cm) o patrocinador ou logo do clube
Se Troféu Brasil Interclube e Grand Prix Nacional de Clubes - No lado Esquerdo do Wagui, na altura do peito com no máximo 100 cm² (10 cm x 10 cm) a logomarca do clube e no lado direito do Wagui, na altura do peito com no máximo 100 cm² (10 cm x 10 cm) o patrocinador ou a Logomarca da Federação Estadual.

NOME (ver figura 3) - Somente será permitido bordar o nome do atleta nos seguintes locais:
Na parte inferior do Wagui
Na parte superior do Shitabaki
Em uma das pontas da obi
As letras do nome não podem ultrapassar 04 cm de altura e 20 cm de largura quando na horizontal e 20 cm de altura e 04 cm de largura quando na vertical.

PATCH (ver figura 4) - Será permitida a aplicação de 02 (dois) tipos de patch:
Patch com nome (ver figura 4.1) - Esse patch é opcional e é destinado somente ao nome do atleta e sua fixação deve ser feita de forma centralizada, nas costas do Wagui a 03 cm do colarinho. Este patch será confeccionado pelo próprio atleta e poderá ser branco com as letras azuis ou azul com a letras brancas e terá as dimensões de 10 cm x 30 cm.
Obs.: Neste patch somente será permitido o nome e/ou sobrenome do atleta (sem apelidos)
Patch da competição (ver figura 4.2) - Deverá ser aplicado logo abaixo do patch do nome, caso o atleta não tenha o patch do nome o patch da competição deve ser fixado a 13 cm do colarinho e suas dimensões deverão ser de 20 cm x 30 cm.

MEDIDAS - As medidas da Wagui, Shitabaki e Obi deverão estar em conformidade com este regulamento, e serão aferidas com o SOKUTEIKI (ver figura 5), medidor padrão da FIJ.
o Wagui (ver figura 6 e 7):
Deve cobrir completamente as nádegas e deverá ter pelo menos 10 cm entre a extremidade inferior e o joelho.
A verificação das mangas deverá ser feita com os braços em linha reta e os punhos fechados e o Sokuteiki deverá deslizar completamente para dentro da manga sem dificuldade.
A distância entre o final da manga e o punho deve ter no máximo 05 cm.
As lapelas do Wagui devem ter uma distância na altura do umbigo maior ou igual a 20 cm quando cruzadas.
A espessura do colarinho e da lapela dever ser menor ou igual a 01 cm.
A largura do colarinho e da lapela deve ter as medidas entre 04 e 05 cm.
  
O Shitabaki (ver figura 8):
A distância entre a barra da Shitabaki e o maléolo exterior (tornozelo) deve ser menor ou igual a 05 cm.
Deve existir uma distância entre 10 cm e 15 cm do joelho até a Shitabaki.
A Obi (ver figura 9):
A largura deve estar entre 04 cm e 05 cm.
A distância entre o nó e a ponta da obi deve medir entre 20 cm e 30 cm.
O nó deve estar amarrado da forma correta e deve estar firme.
A obi não pode ser feita nem de material rígido, nem escorregadio.
CAMISA (feminino) - O kimono geralmente é mantido fechado pela faixa na cintura, e durante as lutas da competição, é frequentemente puxada para fora e aberto. Para judocas mulheres, isso apresenta um problema de exposição. A IFR dirige-se especificamente a isso em suas regras oficiais, declarando que "as competidoras devem usar, por baixo do wagui, uma camiseta de cor branca longa o suficiente para ser usada dentro das calças e de mangas curtas ou usar um collant de mangas curtas branco".

NORMAS DA FEDERAÇAÕ INTERNACIONAL DE JUDÔ

no caso das competições internacionais, os competidores deverão seguir as normas definidas pela FIJ ou IJF (Internacional Judo Federation). Conheça abaixo as 11 regras que todo judoca precisa saber na hora de preparar seu kimono de judô para uma competição:
O Judogui não deve estar molhado, e nem mostrar manchas particulares em qualquer parte.
O uwagui (paletó) e a shitabaki (calça) devem ser da mesma marca e mesma cor. Cores trocadas não são permitidas.
O nome do atleta no cartão de inscrição deve ser o mesmo do backnumber do kimono;
Para competições organizadas pela FIJ, o selo de “IFJ Approved” no casaco, calça e faixa do judogui são verificados pela sua autenticidade com um dispositivo de lâmpada UV ótica.
O logo do fabricante do judogui aprovado como “IJF Offical Supplier” deve aparecer no paletó, calça e faixa. O logotipo do fabricante deve ser idêntico na jaqueta e na calça do kimono.
O backnumber do atleta deve ser inteiramente costurado nas costas, com o nome do competidor (segundo o seu cartão de inscrição) e a propaganda da competição (a propaganda pode ser diferente de acordo com a cor do kimono – branco ou azul – e o protocolo da competição).
O emblema nacional do atleta deve estar no lado esquerdo do paletó (uwagui) na altura do peito, e também costurado.
O patrocínio do atleta deve seguir as normas espaciais definidas pela IJF.
O judogui completo – uwagui, shitabaki e obi – deve estar de acordo com a regulamentação vigente e acessível para que os técnicos chequem o espaço dos punhos e a largura das calças.
Proteções como joelheiras, ombreiras e caneleiras são todas avaliadas e são proibidas de conter qualquer parte, por menor que seja, de metal ou qualquer material rígido. O controle do tamanho do judogui é realizado com as proteções inclusas.
Cabelos longos devem estar presos.